03 de Junho, 2025 09h06mEntrevistas por REDAÇÃO INTEGRADA

Hari Morschheiser assume a presidência do Clube Amigos da Terra de Ibirubá

Clube Amigos da Terra surgiu com o objetivo de estimular a troca de informações entre produtores

Entidade retoma protagonismo regional com foco em mobilização social, sustentabilidade e fortalecimento da agricultura

O agricultor Hari Morschheiser assumiu a presidência do Clube Amigos da Terra (CAT) de Ibirubá, marcando uma nova fase na trajetória da entidade que há décadas atua na promoção da sustentabilidade, na capacitação de produtores e na defesa do meio ambiente. A posse ocorre em um momento delicado para o setor agrícola, que enfrenta sucessivas crises climáticas e econômicas, e demanda união entre produtores, comércio e poder público.
Natural de Ibirubá, com mais de 50 anos dedicados à agricultura, Morschheiser relembrou sua longa trajetória de participação em entidades representativas e o histórico engajamento com o Clube Amigos da Terra. “Já fui presidente anos atrás e agora, após conversas com colegas, entendemos que era hora de retomar com força o trabalho do clube”, destacou. A retomada ocorre após um período de menor atividade, em que muitos associados passaram a concentrar-se em propriedades fora do município.
Fundado na década de 1990, o Clube Amigos da Terra surgiu com o objetivo de estimular a troca de informações entre produtores, impulsionando práticas mais sustentáveis. O plantio direto, a conservação do solo e a defesa do lençol freático sempre foram pautas centrais da entidade. “O clube nasceu da necessidade de compartilhar experiências que deram certo no campo. Hoje, com a tecnologia avançando rápido, continuamos com o mesmo propósito: capacitar e informar”, explicou Hari.
Entre as ações históricas do clube destacam-se as campanhas de recolhimento de embalagens de agrotóxicos e a participação ativa nos debates sobre a legalização dos transgênicos. Morschheiser, inclusive, foi presidente da entidade durante a emblemática mobilização que reuniu mais de mil tratores no município de Não-Me-Toque, em defesa do cultivo transgênico. “Naquela época, lutamos para que o produtor deixasse de ser visto como criminoso. Fizemos história”, relembrou.
Atualmente, o CAT conta com 130 associados, que contribuem anualmente com dois sacos de soja por propriedade para manter as atividades. Mesmo sem sede própria, o clube organiza eventos itinerantes, como palestras técnicas sobre manejo de solo, fungicidas e novas variedades de sementes. “O clube se mantém vivo graças ao engajamento dos associados e ao apoio das empresas do setor”, ressaltou o presidente.
Em meio ao atual cenário de dificuldades, agravado por quatro anos consecutivos de secas e enchentes, a entidade busca desempenhar novamente um papel articulador. A nova diretoria já iniciou mobilizações para conscientizar a sociedade sobre a crise do campo e incentivar a união entre produtores, comércio, indústria e poder público. “Se o agricultor vai mal, o comércio também vai. Precisamos sensibilizar toda a sociedade e mostrar que essa luta não é só nossa”, afirmou Hari.
Como primeiro passo, um grupo de produtores, incluindo Morschheiser, organizou um ponto de mobilização no Posto da Cotribá, na ERS 223, com a presença de maquinário e revezamento de trabalhadores. “Vamos manter um QG no local, 24 horas por dia, com a intenção de puxar mais produtores e envolver o comércio local. A sobrevivência do campo é a sobrevivência de todos”, alertou.
Além da mobilização, o CAT segue sua essência de promover conhecimento e práticas sustentáveis. A diretoria atual conta com Ivan Bohrz (vice-presidente), João Heinrich (primeiro secretário), Luiz Carlos Magni– o “Toco” (segundo secretário), Cristiano Lauxen (primeiro tesoureiro) e Robson Paloschi (segundo tesoureiro), além de um grupo técnico de agrônomos. “Vamos retomar as reuniões mensais e trazer especialistas para discutir as tecnologias e as soluções para o campo”, garantiu.
Ao final, Hari reforçou o convite para que produtores e sociedade se engajem na luta pela agricultura: “O governo precisa nos ajudar, mas nós também precisamos fazer nossa parte. Esse é um problema de todos nós. Vamos nos unir para superar mais essa crise”.
A entrevista completa com Hari Morschheiser está disponível no canal do YouTube do Jornal O Alto Jacuí.

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