
Gestão municipal apresentou números, desafios e medidas que envolvem reorganização interna, novos protocolos e territorialização das equipes de saúde.
Na terça-feira, 30 de setembro, a Secretaria da Saúde de Ibirubá reuniu a imprensa local para apresentar o atual cenário da pasta e as medidas que estão sendo adotadas para reorganizar os serviços. O encontro contou com a presença do novo secretário da Saúde, Rogério Mauri de Oliveira, do secretário da Fazenda, Jair Scortegagna, do secretário de Administração e Planejamento, Everton Lagemann, além da coordenadora-geral de Planejamento de Saúde Pública, Cláudia Belló, e da enfermeira Joice Marques.
Rogério Oliveira abriu sua fala reconhecendo os desafios de assumir uma pasta diferente de sua trajetória profissional, marcada pelo cooperativismo e pela comunicação, mas destacou que o foco será sempre nas pessoas. “O grande segredo é o relacionamento. Precisamos estar próximos da equipe, da população e dos profissionais. Muitas vezes 99 coisas certas são feitas e uma crítica isolada pesa mais, mas vamos trabalhar para fortalecer a motivação e a empatia no atendimento”, afirmou.
O secretário também ressaltou que a Secretaria de Saúde não se resume a números ou estatísticas, mas a vidas que dependem do bom funcionamento do sistema. “Nós lidamos com situações diárias de urgência, transferências hospitalares, exames especializados. É preciso ter serenidade e proximidade com quem está na ponta, porque a saúde não espera”, destacou.
Entre as medidas anunciadas, Oliveira confirmou que está em estudo a criação do cargo de médico auditor, que deverá avaliar a real necessidade de exames e procedimentos, reduzindo custos e otimizando recursos. Ele também revelou a possibilidade de transferir a farmácia municipal para outro espaço, como o prédio do INSS ou do Correio.
“Queremos melhorar o fluxo de atendimento e reduzir despesas com aluguel. Essa mudança pode parecer simples, mas faz diferença tanto para os cofres públicos quanto para quem precisa retirar um medicamento com rapidez e organização”, explicou.
Segundo o secretário, o orçamento da saúde em 2025 é de cerca de R$ 40 milhões, mas a demanda crescente indica a necessidade de suplementação. “Hoje atendemos mais do que a população oficial de Ibirubá. São aproximadamente 24 mil pessoas, porque moradores de outros municípios também buscam aqui os nossos serviços. Isso exige responsabilidade, planejamento e diálogo constante com a comunidade”, frisou.
Durante a coletiva, Everton Lagemann revelou que somente com o Comaja os gastos ultrapassaram R$ 1 milhão por mês — acima da previsão inicial, enquanto Jair Scortegagna reforçou que a gestão vem passando por uma reorganização interna. Rogério complementou destacando que, mesmo diante das dificuldades, o objetivo é manter o atendimento próximo da população. “Sabemos que os desafios são grandes, mas não podemos perder a essência: a saúde é para todos. O nosso compromisso é dar transparência, trabalhar com clareza e, principalmente, escutar as pessoas”, disse.
A coletiva também apresentou os protocolos que serão implantados na atenção básica, média e alta complexidade, garantindo fluxos mais resolutivos dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Ibirubá, seis equipes de Saúde da Família e 44 agentes comunitários garantem 100% de cobertura na atenção básica, um trabalho que será reforçado pela territorialização e pela atualização dos cadastros dos cidadãos.
Ao final, Rogério deixou uma mensagem à população: “O papel da comunidade é fundamental. Procurem sempre a unidade de saúde do seu território, conversem com os agentes comunitários, mantenham seus dados atualizados. É dessa forma que o sistema funciona e que todos conseguimos avançar juntos.”