
Transparência, cuidado com as pessoas e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos são as diretrizes da gestão da saúde em Ibirubá. Critérios do SUS visam ampliar indicadores e repasses.
A gestão da saúde pública de Ibirubá foi tema de uma entrevista concedida pelo secretário municipal da Saúde, Rogério Oliveira, acompanhado de Sandro Krause da Rosa e Greice dos Santos, da Vigilância em Saúde. Na ocasião, os gestores fizeram um balanço das principais ações, defenderam uma saúde menos politizada e destacaram avanços como o reconhecimento no programa estadual Qualifica Vigilância RS.
Rogério ressaltou que Ibirubá investe cerca de 34% do orçamento na saúde — mais do que o dobro do mínimo exigido por lei —, mas alertou: “Não basta gastar mais, é preciso gastar bem. Precisamos mensurar resultados”.
Entre os ajustes promovidos está a reorganização do uso do Comaja. “Estamos reconstruindo a cultura de trabalhar mais com o SUS, via Gercom, para que nossas necessidades fiquem visíveis ao Estado e à União”, explicou. Segundo o secretário, os encaminhamentos passaram a gerar dados para os indicadores oficiais, sem cortes de serviços: “O que fizemos foi ajustar rotas e garantir que aquilo que o município paga seja reconhecido”.
Rogério reforçou a importância da comunicação com a população. “É normal ouvir que ‘a saúde está um caos’. Mas muitas vezes falta informação. Por isso, estamos aqui para explicar. A saúde não tem partido: todos são tratados com respeito e dignidade”.
Sandro Krause destacou os avanços da Vigilância em Saúde, que atua nas frentes sanitária, epidemiológica, ambiental e do trabalhador. Ibirubá alcançou 22 das 25 metas do Qualifica Vigilância RS. Ele relatou ações de combate à dengue com aplicação de produto residual e reforçou: “Uma casa que nega o acesso pode comprometer todo o trabalho. A colaboração da comunidade é essencial”.
Greice dos Santos, fiscal sanitária, ressaltou o foco em orientação. “A vigilância sanitária não é só punição. Fizemos ações educativas e pretendemos ampliar capacitações em 2026 para serviços que impactam diretamente na saúde da população”, disse.
Crianças Atípicas
Tema sensível, o atendimento a crianças autistas também foi abordado. Rogério explicou que, anteriormente, muitos serviços saíam pelo Comaja, sem registro no SUS, dificultando a visibilidade para o Estado. “Criamos um núcleo técnico, reunimos os pais e garantimos que nenhuma criança ficasse desassistida”, afirmou. O município trabalha para ser referência regional no atendimento ao autismo, com apoio da Nona Coordenadoria e do TEAcolhe de Cruz Alta.
O secretário reforçou que é necessário dar fim à lógica indefinida dos atendimentos. “Precisamos de laudos consistentes, metas, possibilidade de alta. Não podemos transformar isso em comércio. É uma política pública de saúde mental”, defendeu.
Ao final, Rogério enfatizou o cuidado com os profissionais da rede. “A maior meta é cuidar de quem cuida. Temos afastamentos, sobrecarga, e precisamos manter a motivação da equipe. Um abraço ou uma palavra de reconhecimento podem fazer tanta diferença quanto um exame novo”.
A mensagem final foi transparência: “A saúde de vai bem. Temos muito a melhorar, mas estamos trabalhando com responsabilidade e respeito pelas pessoas”.





















