15 de Dezembro, 2025 09h12msolidariedade por REVISTA ENFOQUE

Izabel Bridi Vian transforma amor pelos animais em missão de acolher e resgatar vidas em Ibirubá

Vice-presidente da ONG Mi Au Juda, empresária dedica o tempo entre a loja, o sítio e os resgates que marcaram sua trajetória

Com serenidade e sensibilidade, Izabel compartilha um pouco de sua trajetória e fala sobre os desafios, aprendizados e alegrias de quem dedica a vida a proteger os animais.

Cuidar de animais abandonados é um gesto de amor, empatia e responsabilidade. Em Ibirubá, a ONG Mi Au Juda realiza há anos um trabalho essencial de resgate, tratamento, adoção e conscientização da comunidade sobre a causa animal. A dedicação dos voluntários é o que mantém viva essa missão de acolher e transformar vidas.
Entre essas pessoas está Izabel Bridi Vian, 55 anos, natural de Colorado (RS) e moradora de Ibirubá há 28 anos. Empresária e vice-presidente da ONG, Izabel divide o tempo entre a loja Casa & Harmonia, que administra no centro da cidade há 16 anos com o apoio de uma equipe dedicada, o trabalho voluntário e as idas frequentes ao sítio da família, na Linha Quati, em Colorado. Lá, ela abriga vários cães resgatados, além dos 14 que vivem em sua residência e um na própria loja.

Como e quando você começou a se envolver com a ONG Mi Au Juda?
Izabel: “Faz em torno de 12 anos. Eu sempre gostei muito de bicho, desde criança. O canil municipal ainda era lá no parque de máquinas. Eu me lembro que comecei indo aos poucos, fazia uma visitinha num sábado por mês, só para ver como estava. A Josi e as meninas trabalhavam lá, eu ficava observando e depois voltava pra casa. Depois de uns dois ou três meses, acabei me envolvendo de corpo e alma, e nunca mais parei.”

O que te inspira a dedicar parte do seu tempo a cuidar dos animais abandonados?
Izabel: “Amor e compaixão. Acho que os animais têm um grande ensinamento para nós, seres humanos, que é a gratidão. Eles são eternamente gratos. Já aconteceu de eu reencontrar cachorros que ajudei há anos e, quando me veem, fazem uma festa como se fosse a coisa mais importante do mundo. Eles nunca esquecem quem os ajudou. O ser humano ainda tem muito o que aprender com isso.
Meus pais saíram do sítio e agora moram em Selbach, por causa da saúde da minha mãe. Gosto muito do interior e da natureza, e me sinto mais perto de Deus quando estou lá, no sítio onde nasci e me criei. Meu marido, Renato, também apoia a causa animal e me ajuda muito com os bichos, principalmente quando estou fora. Recentemente levamos para casa dois cachorrinhos idosos e debilitados. Quero que eles sintam amor antes de partir. O Renato cuida deles com o maior carinho. Ele é meu parceiro em tudo.”

Quais atividades você costuma desempenhar na ONG?
Izabel: “Um pouco de tudo. Sou casa de passagem, vou em denúncias e, atualmente, estou como vice-presidente. E gosto muito de dar carinho. Sou uma das poucas gurias que senta no chão, pega no colo, faz cafuné, tira pulga... Eles precisam muito de afeto. Essa parte me faz muito bem.”

Há alguma história de resgate que tenha te marcado de forma especial?
Izabel: “Tem várias, mas lembro de uma cadelinha pequenininha que se chamava Princesa, cheia de tumores nas mamas, muito magrinha, com dois filhotes. Quando fui procurá-la, achei que ela tinha morrido. Quando chegou até mim, desmaiou de fraqueza. Um dos filhotes acabou morrendo, o outro foi adotado, e ela ficou comigo. Depois de cuidados e amor, virou outra cachorra, linda e saudável. Viveu bastante tempo comigo. Foi emocionante ver a transformação.”

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Na sua opinião, como está a consciência da comunidade ibirubense em relação à adoção e ao abandono de animais?
Izabel: “Acho que ainda temos muito a evoluir. A conscientização melhorou um pouco, mas ainda é pouca. Precisamos trabalhar mais com as crianças, que são o futuro, para que cresçam com mais empatia. Infelizmente, ainda há muito abandono. Quase todo dia aparecem novos casos.”

Quais são as principais dificuldades enfrentadas pela ONG atualmente?
Izabel: “A principal é financeira. Tudo é pago: consultas, medicamentos, cirurgias. Temos veterinárias parceiras que ajudam com preços menores, mas é muita demanda. Então estamos sempre correndo atrás de dinheiro, vendendo rifas, canecas, camisetas, fazendo eventos para arrecadar fundos. Além disso, muita gente ainda não entende o que é ser voluntário. Nós também trabalhamos, temos nossas despesas, e fazemos isso por amor. Falta um pouco mais de consciência sobre isso.”

De que forma a população pode ajudar o trabalho da Mi Au Juda?
Izabel: “De várias formas. Doando ração, cobertores, coleiras, medicamentos. Participando das vaquinhas online, ajudando nas campanhas. Às vezes, recolhendo um animal atropelado e levando até uma clínica, ou oferecendo um lar temporário. Todo gesto conta. E tem muita gente solidária em Ibirubá: quando precisamos, muitos colaboram com o que podem. A união faz a força.”

Que mensagem você deixaria às pessoas que amam animais, mas ainda não se engajaram em nenhuma causa?
Izabel: “Eu diria que vale a pena. Tenho 14 cães em casa, fora os que ficam no sítio e na loja. Cada um tem uma história de superação. Quando chego cansada e olho pra eles, penso: se eles superaram tanto sofrimento e hoje estão bem, felizes, como eu não vou superar meus problemas? Eles me inspiram. O voluntariado é uma terapia, às vezes, a gente sobe no canil achando que vai ajudar, mas, na verdade, são eles que nos fazem bem. Já passei por depressão, e hoje nem lembro mais disso. O amor pelos animais preenche a vida da gente.
Como eu costumo dizer, quando volto do canil posso vir suja e cansada, mas sempre volto de alma lavada. E é nesse contato com a natureza e com meus bichinhos no sítio que encontro paz. Lá me reconecto com Deus e comigo mesma.”

 

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