
Com mais veículos do que eleitores registrados, Ibirubá enfrenta desafios crescentes na organização do trânsito. À frente do Conselho Municipal de Trânsito (Comutran), o delegado Márcio Marodin pretende liderar propostas que tragam mais fluidez e segurança à mobilidade urbana.
Recém-empossado na presidência do Conselho Municipal de Trânsito (Comutran), o delegado Márcio Marodin afirma que o volume de veículos em Ibirubá exige ações conjuntas para reorganizar o trânsito e suportar mais de 18 mil veículos transitando, sendo quase 10 mil automóveis.
“Temos uma porcentagem muito significativa de veículos cadastrados. Isso gera um grande desafio para organizar a mobilidade urbana”, disse em entrevista .
Marodin explicou que o Comutran é um órgão consultivo, formado por representantes da Brigada Militar, Polícia Civil, autoescolas, motoristas e entidades da comunidade. “O Conselho sugere mudanças, mas cabe à Prefeitura decidir se acata ou não. Nosso papel é apontar problemas e propor soluções”, destacou.
Um dos temas centrais é o modelo binário implantado no centro da cidade. Para o delegado, a mudança trouxe melhorias, mas não foi suficiente. “Foi positiva, mas tímida. Faltou mais sinalização, pintura clara e placas para que motoristas e pedestres entendam o fluxo. Sem isso, o sistema perde eficiência”, explicou. Ele citou a Rua Getúlio Vargas como exemplo de onde ainda há confusão.
A fiscalização também é pauta do novo presidente. Hoje, a Brigada Militar adota postura mais orientativa do que punitiva. “Mas vai chegar um momento em que isso não será suficiente. Precisamos avançar”, afirmou. Uma das propostas é habilitar agentes municipais para autuar infrações, liberando a Brigada Militar para outras demandas. “Isso exige convênio e capacitação, mas é um passo necessário”, defendeu.
O estacionamento é outro gargalo. Marodin reconhece a dificuldade, mas acredita que mudanças de comportamento podem ajudar. “Temos a cultura de querer parar na porta. Às vezes há vaga meia quadra adiante, mas insistimos em dar voltas. Essa mentalidade precisa mudar”, observou.
Sobre o estacionamento rotativo, o delegado não descarta a ideia, mas pondera que ainda não é o momento. “Pode ser uma alternativa futura, mas precisa vir acompanhada de educação e de melhor aproveitamento dos espaços já existentes”, avaliou.
O Comutran já realizou duas reuniões desde a posse de Marodin e algumas propostas estão sendo encaminhadas à Prefeitura. Entre elas, está a criação de uma terceira faixa na Rua Mauá para melhorar o fluxo nos horários de pico. “Quando caminhões sobem, formam-se filas. Com duas faixas de subida, o trânsito pode fluir melhor”, justificou.
Para o presidente do Conselho, a participação da comunidade é fundamental. “Nada é decidido de forma isolada. São pessoas que vivem o trânsito da cidade que ajudam a apontar os problemas e propor soluções”, disse.
Por fim, Marodin reforçou que mudanças estruturais só terão efeito se houver também educação no trânsito. “Precisamos entender que o trânsito é coletivo, não individual. Respeitar sinalizações e vagas especiais é essencial para termos uma cidade organizada”, concluiu.