A entrevista com Oneide Kumm, extensionista da Emater/Ascar em Ibirubá, tem como foco principal a safra de soja na região. Detalhes sobre como a colheita está se desenrolando até o momento, destacando aspectos como o progresso das atividades, a qualidade dos grãos e a expectativa geral dos agricultores foram abordados na pauta. São dados concretos e análises técnicas sobre o desempenho da safra até o momento, fornecendo uma visão abrangente da situação atual e das perspectivas para o restante da temporada de colheita.
Oneide Kumm, extensionista da Emater/Ascar em Ibirubá, compartilha com a equipe do Jornal O Alto Jacuí e Rádio Cidade o panorama atual da safra de soja 23/24. Após enfrentar anos de colheitas desafiadoras, os agricultores da região depositam suas esperanças em uma colheita abundante que possa mitigar as perdas dos anos anteriores. Kuhmm enfatiza que, na agricultura, há uma distinção entre plantar e colher, e durante esse intervalo, inúmeros fatores imprevistos podem influenciar o resultado final.
"Estamos há 3 anos de muito sofrimento, muita angústia por causa da estiagem e pouca produtividade, além do baixo preço, o aumento dos insumos, um cenário político conturbado, cenário econômico mais do que conturbado ainda e também, claro, as guerras que influenciaram muito o preço das commodities e deixaram o agricultor sem muita perspectiva. Mas este ano, a gente espera que tudo fique bem porque a nossa região merece um ano pelo menos de respiro", comenta Oneide.
Quanto ao andamento da colheita de soja na região, Kumm apresenta dados significativos. "Ainda não realizamos toda a colheita, mas aproximadamente 70% das lavouras já foram colhidas. No entanto, ainda temos uma parcela considerável de soja nas lavouras, aguardando condições climáticas favoráveis para a colheita completa. Em nossos registros, estimamos que cerca de 30% da safra ainda está por colher."
Ele também observa que, em algumas localidades de Ibirubá, ocorreram irregularidades na precipitação de chuva, afetando a produtividade das culturas. "Tivemos uma certa irregularidade no município, com algumas regiões mais afetadas do que outras. É importante considerar essas variações na análise da safra."
Sobre o tamanho da área plantada em Ibirubá, Oneide compartilha números impressionantes. "Temos quase 45.000 hectares de área agricultável plantada, sendo aproximadamente 40.000 hectares destinados à soja. Além disso, temos culturas como milho, feijão e milho silagem, somando quase 4 mil hectares."
Ele enfatiza ainda a importância de considerar as diferenças entre as propriedades na hora da colheita. "É crucial levar em conta o manejo específico de cada propriedade antes de tirar conclusões sobre a produtividade. Cada agricultor tem suas práticas e desafios individuais."
A análise de Oneide oferece uma visão abrangente da situação atual da safra de soja em Ibirubá, destacando os desafios enfrentados pelos produtores e as perspectivas para o restante da temporada de colheita.
Em uma análise perspicaz sobre a situação atual da produção de leite em nosso município, o extensionista da Emater/Ascar, destaca uma tendência preocupante: o declínio no número de produtores. Ele aponta para a instabilidade nos preços e os custos crescentes associados à manutenção de um tambo leiteiro como os principais motivos por trás dessa redução significativa. "É uma redução bastante grande'' observa Oneide. "Eu acredito que estão ficando apenas os produtores medianos, aqueles com uma escala de produção um pouco maior. Os que possuem menos de um certo número de animais, como 12 ou 15, estão saindo da atividade. E os que permanecem estão buscando se tecnificar mais, tentando melhorar sua genética, alimentação e assistência técnica", acrescenta. Com menos de 300 produtores atualmente ativos na região, em comparação com quase 900 em tempos anteriores, Oneide aponta para uma mudança no panorama da produção de leite, onde a necessidade de mais eficiência e tecnificação se torna crucial.
Ele acredita que, daqui para frente, haverá uma estabilização nesse declínio, com produtores mais qualificados e uma maior participação das empresas no fornecimento de assistência técnica. "O leite se torna uma empresa", afirma Oneide, destacando a importância de uma abordagem mais profissional e comprometida com a qualidade e sustentabilidade da atividade leiteira.