
Consultoras Amanda Abucci e Amanda Rodrigues explicam, em linguagem direta, como funciona a tecnologia, a semente reservada e os processos comerciais da Cultive Biotec
As consultoras de colheita Amanda Abucci (E) e Amanda Rodrigues (D), representantes da Cultive Biotec no Rio Grande do Sul, detalharam de forma clara e objetiva como funcionam os royalties da soja, a regularização da semente reservada e os mecanismos que podem evitar prejuízos na entrega dos grãos. As duas atuam em diferentes regiões — Amanda Abucci em Ibirubá e municípios vizinhos, e Amanda Rodrigues em Lagoa Vermelha — mas vivem a mesma realidade: produtores com dúvidas, receios e muita desinformação circulando no campo.
A Cultive Biotec é formada por Bayer, Basf, Corteva e Syngenta, reunindo as tecnologias de soja com biotecnologia que o produtor conhece no dia a dia. Em todo o Rio Grande do Sul, o sistema considera 66 sacas por hectare como referência de produtividade para o volume padrão de royalties. A partir desse ponto, entram em cena os processos comerciais, que as consultoras traduzem diariamente dentro das unidades de recebimento.
Segundo Amanda Abucci, é nesse ponto que surgem muitos equívocos. “O produtor precisa entender que o 7,5% não é o preço do royalty. Isso é multa. Royalty mesmo gira em torno de 2,6% quando ele compra semente certificada. Se ele salva semente e regulariza pelo Anexo XIX, fica por volta de 3%. O problema é quando ele não regulariza — aí sim entra a retenção de 7,5% sobre a carga.”
A explicação, repetida unidade por unidade, mira um erro comum: a crença de que a simples compra de semente no ano anterior já garante regularidade. Não garante. Para salvar semente, o produtor precisa emitir o Anexo XIX no Ministério da Agricultura, apresentar a nota de compra da safra anterior, gerar o boleto — hoje na faixa de R$ 270 por hectare — e pagá-lo antes da colheita. “Quanto antes ele fizer, menos ele paga. Deixar para fevereiro ou março encarece”, reforça Amanda Abucci.
Amanda Rodrigues complementa lembrando que há mecanismos legais para qualquer necessidade do produtor — desde transferências de volume entre familiares até operações envolvendo contratos de arrendamento. “Transferência pode ser feita entre irmãos, cônjuges, pais e filhos, parceiros de contrato. Às vezes o produtor acha que não pode, mas pode. Só precisa da documentação correta. Tem casos em que fazemos duas transferências em cadeia para que o saldo chegue no CPF certo. Jeito sempre tem.”
As duas consultoras também alertam para um problema central no estado: a semente pirata, ou “semente branca”. Comercializada sem nota, sem origem e sem garantia, ela tem sido um dos maiores entraves ao desenvolvimento tecnológico no campo. Amanda Rodrigues resume de forma direta: “A semente pirata começa errada e termina errada. Não tem vigor, não tem germinação e é crime. Além disso, quebra o mercado e dificulta o investimento em novas tecnologias.”
Essa realidade explica por que as auditorias serão ampliadas na próxima safra. As consultoras frisam que o produtor regular não precisa temer. O teste de fita só confirma se a carga tem biotecnologia; o auditor apenas acompanha e registra as informações. “Quem comprou semente certificada ou salvou e pagou o boleto não perde nada. O medo é só de quem não fez o processo. Auditoria não é para punir quem está certo”, afirma Amanda Abucci.
Para elas, tudo se resume à informação. “O óbvio precisa ser dito. Se o produtor procurar orientação antes, ele entrega sem susto, não perde carga e não tem dor de cabeça”, reforça Amanda Rodrigues. Com presença constante nas unidades e apoio direto aos agricultores, as duas Amandas afirmam que o objetivo é simples: fazer o produtor entender que regularizar é mais barato e totalmente possível — basta não deixar para a última hora.





















