07 de Novembro, 2025 09h11mAgronegócio por ANDREI GRAVE

Cotribá aprova contrato bilionário em assembleia e inicia nova fase de reestruturação financeira

Cooperados validam entrada de R$ 1,9 bi e conselho acerta plano para uma década

A tarde de quarta-feira, 29 de outubro, na Asfuca, marcou um capítulo que passa a dividir a história da Cotribá em antes e depois. Cerca de 350 associados estiveram presentes e confirmaram, em Assembleia Geral Extraordinária, a aprovação do contrato de investimento de R$ 1,9 bilhão com um grupo americano com sede na Filadélfia (Pensilvânia)  — operação considerada pela direção como uma das mais contundentes e estratégicas da trajetória da cooperativa. 
A apresentação técnica do plano foi conduzida pelo vice-presidente Carlos Waldemar Wilke Diehl, e a direção reforçou que todo o debate foi amadurecido internamente, olhando para a sobrevivência do sistema cooperativo após anos consecutivos de instabilidades climáticas no Rio Grande do Sul, com estiagens severas e enchentes que afetaram fortemente os produtores associados e o resultado operacional.
O plano aprovado pelos associados atua sobre quatro pilares: associados, fornecedores, bancos e securitização de dívidas. Assim que o contrato for assinado, os recursos serão liberados após 60 dias, permitindo à Cotribá renegociar débitos com prazos de até dez anos e juros individualizados conforme a situação de cada contrato - atualmente a Cotribá desembolsa R$ 100 milhões em juros por ano. A direção destaca que o objetivo é equilibrar a relação financeira entre cooperativa e produtores, considerando que, atualmente, os valores que os produtores devem para a Cotribá são quase o dobro do que a cooperativa deve aos cooperados.
Conforme informações divulgadas no Informativo Cotribá, a empresa investidora terá direito a 37,5% do resultado anual líquido da cooperativa, mecanismo que foi apresentado como uma forma de alinhamento de interesse: se a Cotribá performar bem, todos ganham. Nas palavras da administração: “É uma nova realidade, uma nova página na história da Cotribá. O otimismo volta para colaboradores, associados, fornecedores e para as comunidades”.
A direção reforçou aos associados que nenhum patrimônio está sendo entregue ao investidor. Nenhum ativo será transferido. A atuação será sobre os resultados. O projeto também prevê a criação de uma Pessoa Jurídica de Propósito Específico (PSE), com CNPJ independente, duração inicial de dez anos, prorrogável por mais dois.
Dentro do pacote de reestruturação, existe ainda um plano interno de desmobilização de setores deficitários e foco em áreas rentáveis e estratégicas. A administração deixou claro que a visão é de futuro e recuperação: “A intenção é fortalecer a cooperativa e tranquilizar o produtor. Esse ingresso de recursos vai beneficiar tanto quem tem valores a receber quanto quem precisa regularizar contas com bancos e fornecedores”.
O contrato está passando pelos ajustes finais de consultoria independente, que analisa cláusulas e orienta tecnicamente cada etapa até a assinatura. A Cotribá informou que seguirá comunicando os associados de forma transparente, acompanhando cada fase do processo.

Publicidade

Notícias relacionadas

Mudança na presidência da Cotribá marca nova fase de reestruturação

Após 50 anos, Celso Krug deixa o cargo; Enio Nascimento assume em meio a um plano de recuperação financeira para a cooperativa.

17 de Outubro, 2025

Expositor de Ibirubá brilha em Aratiba e conquista o grande campeonato da raça Holandesa

Produtor ibirubense se destaca entre os melhores do Estado e leva o nome de Ibirubá

13 de Outubro, 2025

Dia de Campo abordará segurança e soberania alimentar em Ibirubá

As inscrições devem ser feitas no Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar.

06 de Outubro, 2025