Eduarda Klein, de 25 anos, é a nova presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quinze de Novembro. Nascida e criada no interior de Esquina Hetzel, filha de pai agricultor e mãe professora, Eduarda sempre teve uma ligação forte entre o campo e as escolas. Atualmente ela reside em Santa Clara do Ingaí, distrito de Quinze de Novembro, com seu esposo e filho.
Ela relata como deu inicío as suas atividades no meio sindical:“Bem, eu sempre fui meio metida, sabem? Sempre tive essa vontade de me envolver, de fazer as coisas acontecerem. E aí quando a Sirlei, ex-presidente do sindicato, me convidou, pensei 'por que não?' e decidi participar. Era um curso em três módulos, a cada três meses, organizado pela Federação, mobilizando dirigentes e jovens dos 16 municípios da região do Alto Jacuí. E sabe, acabei pegando gosto por aquilo. Gostei da dinâmica do movimento sindical, da sua essência voltada para as causas sociais. Foi aí que comecei a me envolver mais. Fui desenvolvendo trabalhos junto à Regional, junto ao sindicato. E em 2020, durante a posse da diretoria atual, recebi o convite para ser vice-presidente ao lado da Sirlei e do restante da diretoria. E lá estou eu até agora. Desde o início do mês estou Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quinze de Novembro.”, destaca Eduarda.
A jovem acredita que o diálogo e a educação são fundamentais para incentivar a permanência de jovens no campo.
“Assumir uma liderança como a presidência de um sindicato, representando tantos agricultores associados e associadas, é uma responsabilidade que carrega um peso diferente. Acredito firmemente que essa posição terá influência especialmente no que diz respeito ao diálogo. No mundo rural, o diálogo é essencial. Não há sucessão sem ele, não há trabalho em família sem comunicação. É por isso que acredito em trazer essa ênfase para dentro das escolas, para dentro das atividades do sindicato, especialmente quando se trata da juventude. Não apenas os jovens que estão no campo, mas todos os jovens, independente do contexto em que vivem. Acredito que podemos influenciar positivamente esses jovens, trabalhando fortemente com eles em políticas públicas e diálogo. Eu mesma, como mulher, entendo a importância de levantar a bandeira das mulheres. Participei no ano passado da Marcha das Margaridas, um movimento poderoso, onde a construção dessa força começou há muito tempo. Acredito que se conseguirmos trabalhar bem com a juventude, promovendo o diálogo e políticas públicas, poderemos criar um futuro mais promissor não apenas para o campo mas para toda a sociedade. E é isso que pretendo focar e trabalhar arduamente enquanto estiver nesta posição de liderança no sindicato.'' enfatiza.
Abrangência local e credibilidade
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quinze de Novembro foi fundado em 1988, o que significa que tem uma longa história e uma base sólida. Ao longo dos anos já teve mais de 1000 associados, o que demonstra sua relevância e representatividade na região. Atualmente, embora o número de associados oscile, há cerca de 800 a 1000 sócios pagantes, o que indica que o sindicato continua forte e ativo.
“No entanto, é importante ressaltar que o sindicato não representa apenas seus associados. Na verdade, ele representa toda a classe da Agricultura Familiar, uma parte vital da sociedade. Isso significa que o sindicato tem um papel significativo na defesa dos interesses e direitos dos agricultores familiares, independentemente de estarem associados ou não. Quanto ao funcionamento interno, hoje em dia, o sindicato conta com profissionais capacitados e colaboradores dedicados, como eu. Como colaboradora da diretoria, ajudo nos atendimentos diários, especialmente voltados para questões relacionadas à classe social, como os jovens, mulheres e aposentados. Estou lá todos os dias, contribuindo para garantir que as necessidades da comunidade rural sejam atendidas da melhor forma possível. A rotina do sindicato é bastante dinâmica e multifacetada. Além dos atendimentos aos agricultores, também organizamos eventos, reuniões e campanhas para conscientização e defesa dos direitos da classe rural. Estamos sempre buscando maneiras de melhorar e fortalecer nossa comunidade agrícola, seja através de serviços de assistência, representação política ou educação. Enfim, nosso objetivo é sempre estar ao lado dos agricultores, oferecendo suporte e lutando por seus interesses'', complementa Eduarda.
Sobre o processo eleitoral para definição dos novos líderes do Sindicato, ela esclarece:“Eu ainda não fui eleita presidente do sindicato. As eleições estão marcadas para o dia 10 de setembro. Atualmente, estou substituindo a Sirlei, que se afastou para se candidatar. Portanto, estou em exercício, desempenhando as funções de presidente interina. Na semana passada, no dia 5 de junho, foi escolhida a comissão eleitoral, responsável por fiscalizar todo o processo das eleições. Esse é um passo importante para garantir a transparência e a justiça do processo eleitoral. Quando a comissão se reunir, apresentarei minha chapa, o que está previsto para acontecer em julho. Até lá, a chapa ainda não está oficialmente formada. Tem sido uma experiência intensa assumir essa posição em um momento de transição e preparação para as eleições. Estou me dedicando a entender todas as necessidades e desafios do sindicato para poder representar bem os interesses dos associados e da classe da Agricultura Familiar. Acredito que, com diálogo e políticas públicas eficazes, podemos continuar fortalecendo nossa comunidade agrícola e garantir um futuro promissor para todos os agricultores familiares.”, explica Eduarda.
A presidente encerra falando sobre o sentimento de iniciar um novo ciclo: “Meu objetivo é continuar o trabalho que já vem sendo feito, mas também trazer novas ideias e energia para o sindicato. Estou confiante de que, com o apoio dos associados, podemos alcançar grandes resultados e continuar sendo um sindicato forte e representativo.” encerra.