
Francis Leonardo Henkes, o menino que um dia misturou argamassa nos canteiros de obra, hoje comanda uma das agências mais expressivas do Banco do Brasil. Sua história é a prova de que a determinação e o estudo constroem caminhos que nenhum limite pode impedir.
A trajetória de Francis Leonardo Henkes é daquelas que inspiram. Natural de Ibirubá, filho da professora Janete Kumm e do saudoso Sérgio Henkes, o novo gerente do Banco do Brasil da cidade iniciou sua vida profissional em um ofício bem diferente daquele que exerce hoje: foi servente de pedreiro. Aos 44 anos, ele volta à terra natal para assumir a gerência da agência 0677, uma das mais relevantes do Rio Grande do Sul no setor agro, com mais de oito mil clientes ativos.
Francis começou cedo no trabalho. Antes mesmo de ingressar no Banco do Brasil, ajudava os tios na construção civil. “Trabalhei com o Jânio, o Jaime, o pessoal todo da família. Meu avô Nesh Kumm também era pedreiro e músico. Foi com eles que aprendi o valor do trabalho e da responsabilidade”, recordou. A vida o levou a experiências diversas — foi músico de bailes, radialista e, por incentivo da mãe, sempre manteve os estudos como prioridade.Em setembro de 1999, decidiu prestar concurso para o Banco do Brasil, ainda sem grandes pretensões. Meses depois entrou para o exército em Cruz Alta.
“Não era um sonho de infância trabalhar em banco. Fiz o concurso mais pela oportunidade, e quando fui chamado, assumi em Tapera, no início dos anos 2000”, contou.
O passo seguinte foi a transferência para Ibirubá, em 2003, onde trabalhou até 2012, quando iniciou uma trajetória por várias cidades do Estado — Marau, Ibiaçá, Lagoa Vermelha, Santa Rosa e Santiago — até o retorno agora à terra da Pitangueira do Mato.
Formado em técnico em contabilidade e superior em Adminstração, Francis acredita que as múltiplas vivências o prepararam para o momento atual.
“Foram experiências que me ensinaram a lidar com pessoas, com realidades diferentes, com a comunicação. Isso me ajuda muito no dia a dia da agência”, afirmou.
O novo gerente assume o cargo em um período de desafios para o agronegócio, setor que mais movimenta a economia local e regional. “O momento é delicado, com estiagens seguidas e dificuldades financeiras para muitos produtores. Mas o banco tem buscado soluções. Temos a linha da MP anunciada na Expointer, com R$ 12 bilhões para estados que tiveram perdas consecutivas, e também uma linha espelho do Banco do Brasil, com condições semelhantes. Nosso trabalho é individualizar cada caso, entender o cliente e ajudá-lo a retomar o equilíbrio”, explicou.
Francis destacou ainda o papel da agência de Ibirubá, que figura entre as maiores do Estado em carteira agro. “São mais de oito mil clientes, muitos com diversas operações — custeio, investimento, comercialização, CPR. Não existe resposta pronta, cada caso é único. O importante é estar próximo, dialogar e construir soluções juntos”, disse.
De volta após 13 anos, ele se emociona ao falar do reencontro com a comunidade. “É uma sensação única. Caminhar pela rua, encontrar pessoas conhecidas, ver as famílias que a gente viu crescer. Isso tem um valor enorme. É como se cada cumprimento fosse um pedaço da minha história voltando”, relatou. A meta, segundo ele, é clara: “Quero honrar essa oportunidade de voltar pra casa. É um orgulho muito grande representar o Banco do Brasil aqui e contribuir para que a nossa agência siga sendo referência de confiança, parceria e desenvolvimento”.
A agência, recentemente reformada no padrão 2.0 do banco, conta com 16 colaboradores e um ambiente moderno e acolhedor. “Temos um time qualificado e uma comunidade participativa. Com união, empenho e fé, vamos virar a página das dificuldades e retomar o crescimento”, concluiu.





















