
Após a divulgação dos números de casos positivos de dengue já confirmados em Ibirubá e uma crescente de notificações, a Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal de Saúde intensificaram as ações de combate ao mosquito.
A Vigilância Sanitária e a Secretaria de Saúde de Ibirubá intensificam ações contra a dengue após aumento de casos no município. "A dengue não é só um problema de saúde pública, ela é um problema da sociedade. O poder público faz a sua parte, mas o cidadão precisa fazer a dele também", destacou Joice Marques. Ela lembrou que o surto de 2023 contabilizou 880 casos positivos e cinco óbitos. “Agora, temos um novo sorotipo circulando, o tipo 2, o que eleva o risco de reinfecção e agravamento dos quadros clínicos.”
Sandro Krause da Rosa explicou que o Aedes aegypti está adaptado ao clima da região, inclusive resistindo ao frio: “Já foram encontradas larvas vivas sob camadas de gelo no inverno”. Segundo ele, um mosquito pode colocar até 200 ovos durante sua vida. “Em poucas gerações, temos um mosquito para cada habitante se os cuidados não forem tomados.”
O agente ressaltou que a ação dos profissionais de endemias vai além da aplicação do fumacê. “Nosso trabalho é educar a população para que ela saiba identificar e eliminar os criadouros dentro das próprias residências. A vistoria precisa ser semanal e inclui virar potes, esfregar as bordas e manter a água clorada em recipientes."
Atualmente, o município conta com seis agentes de combate às endemias, mas a previsão é ampliar esse número. “Temos autorização da administração para contratar mais três agentes. O ideal, conforme orientação do Estado, seriam 11”, revelou Sandro.
Ações de mutirão já foram realizadas nos bairros Jardim e Progresso, com foco nos pontos de maior incidência. Segundo Joice, a situação preocupa, especialmente pela concentração dos casos no bairro Progresso. “Fizemos duas ações com 15 dias de diferença e encontramos focos nos mesmos locais, sem melhora visível.”
Além da dengue, Joice alertou para a febre chikungunya, transmitida pelo mesmo mosquito. “Temos município vizinho com mais de 30 casos. A população precisa estar atenta.” Sobre os testes, Joice reforçou a importância da testagem em farmácias e laboratórios privados, que notificam os resultados à vigilância. “O resultado negativo não descarta totalmente a doença. A evolução dos sintomas deve ser acompanhada e, se necessário, uma segunda testagem é feita.” A vacina contra a dengue, por ora disponível apenas na rede privada, ainda não chegou ao município via SUS. “Estamos em contato constante com o Ministério da Saúde para atualizações”, afirmou. Encerrando a entrevista, Sandro reforçou: “Se cada um fizer sua parte, conseguimos evitar um novo surto. A dengue mata. Nosso papel é alertar e orientar, mas a responsabilidade é de todos”