Com apenas 190 famílias no Bolsa Família, número muito abaixo da média regional, o município planeja novos cursos profissionalizantes em 2026 para reduzir ainda mais a dependência.
A Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Habitação de Ibirubá encerra o ano de 2025 com importantes avanços nos atendimentos às famílias em vulnerabilidade e na execução de programas habitacionais.
“Estamos desde março à frente da secretaria e, apesar do tempo relativamente curto, enfrentamos muitos desafios e avançamos bastante em diversas frentes”, afirmou Lia. Segundo ela, a pasta, mesmo com um dos menores orçamentos da administração municipal, ampliou atendimentos e consolidou parcerias.
Entre os destaques estão os serviços realizados pelo CRAS, que inclui acompanhamento de famílias, grupos de idosos e oficinas para crianças e adolescentes. “Tivemos, por exemplo, encontros quinzenais com 22 idosos prioritários, promovendo inclusão e fortalecimento de vínculos”, destacou Lia. Muitos desses idosos vivem em situação de isolamento e são acompanhados também pelos agentes de saúde.
Outro ponto sensível foi o aumento nos casos de desestrutura familiar, especialmente envolvendo crianças. “Temos visto uma crescente dificuldade das famílias em manter uma estrutura básica. Não é apenas questão financeira, mas emocional e social”, relatou a secretária. Segundo ela, isso reflete diretamente na demanda por atendimentos no CRAS.
Sobre o impacto da crise econômica regional, Lia observou que ainda não houve aumento expressivo nos pedidos de cestas básicas — foram cerca de 900 distribuídas em 2025, com repetição de famílias —, mas alerta para o reflexo futuro: “Acredito que sentiremos mais os efeitos dessa crise em 2026”.
A secretária também abordou os desafios enfrentados por mães até com filhos com autismo. “Muitas ficam sozinhas e têm dificuldades até na alimentação dessas crianças, que precisam de rotinas muito específicas. É um trabalho que requer assistência direta”, disse.
Lia explicou ainda as funções do CRAS e da Secretaria: enquanto a secretaria centraliza a gestão, o CRAS executa os atendimentos sociais básicos, como cadastro único, orientação para o BPC e distribuição de cestas. Já casos de saúde mental são encaminhados ao CAPS.
No total, a secretaria conta com cerca de 30 colaboradores, distribuídos entre CRAS, Centro Social Progresso, Centro Social Floresta e setores administrativos. Destaque para a ampliação do Centro Social Floresta, que contará com nova sala para atendimento de mulheres e formação de jovens.
Habitação: 60 novas moradias garantidas
Na área habitacional, Lia comemorou a confirmação de 60 casas populares. “A área foi adquirida à vista, sem financiamento. Isso mostra a coragem da gestão em enfrentar um período de crise com investimento direto”, disse. São 20 unidades com apoio federal e 40 via governo estadual. Também foram retomados os trabalhos no loteamento Novo Horizonte, onde ainda haverá novo edital para sobras de lotes.
A secretaria também auxiliou cerca de 50 famílias com reformas emergenciais em 2025. Contudo, muitas residências estão em situação precária, sem condição de reforma. Um novo levantamento será feito em 2026 para dimensionar o déficit habitacional.
Bolsa Família: número abaixo da média regional
Em março de 2025, 216 famílias estavam no programa Bolsa Família em Ibirubá. Em dezembro, o número caiu para 190. “Temos uma realidade diferente de municípios vizinhos. Espumoso, por exemplo, tem cerca de 800 famílias no programa”, comparou Lia.
A secretaria pretende intensificar em 2026 a oferta de cursos de qualificação, como o Qualifica RS, priorizando famílias do programa. “Nosso objetivo é reduzir a dependência e dar oportunidades de autonomia”, concluiu Lia Timann.
