
Após cinco meses de espera e desconfiança alimentada por redes sociais, o vereador Ricardo Doninelli teve seu nome retirado do centro de uma disputa jurídica. Absolvido pela Justiça Eleitoral, ele agora usa a tribuna para cobrar maturidade política e virar a página de uma eleição que ainda deixa feridas abertas em Ibirubá.
O vereador Ricardo Doninelli (Republicanos) comentou pela primeira vez, de forma pública e detalhada, o arquivamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida contra ele e o colega André Ferreira (PP). A decisão judicial foi clara: improcedência das acusações. Segundo Doninelli, o processo foi baseado em uma denúncia anônima sem fundamentos. “Ninguém sabe quem nos incluiu nessa história. A gente nem ocupava os cargos que estavam sendo investigados”, disse.
Ele afirma que passou os últimos meses com a consciência tranquila, mas não imune aos impactos emocionais. “Foram cinco meses difíceis. Tu sabe da tua índole, mas precisa ficar se explicando para eleitor, família, amigos. Isso desgasta.”
Doninelli, que está em seu primeiro mandato como vereador, ganhou notoriedade nos bastidores da política local por adotar um tom pacificador e avesso ao confronto direto nas sessões legislativas. A postura, no entanto, não impediu que enfrentasse críticas, especialmente nas primeiras sessões do ano, quando o governo anterior — do qual ele participou como chefe de gabinete — foi alvo de ataques. “Na tribuna, deixei claro que não concordo com esse retrovisor quebrado só de um lado. Não me interessa atacar quem está no poder agora. Mas também não vou aceitar que se jogue no lixo oito anos de trabalho do prefeito Abel.”
Apesar de ser o único vereador do Republicanos atualmente na Câmara, Doninelli destaca que atua em sintonia com um grupo político que inclui ex-secretários e lideranças que integraram a gestão passada. Ele afirma que pretende manter diálogo com a prefeita Jaqueline Winsch (PL) e já anunciou a destinação de R$ 400 mil em emenda do deputado Carlos Gomes ao município. “Não sou vereador para fazer oposição por oposição. Eu voto contra quando tiver que votar contra, e voto a favor quando for bom para Ibirubá.”
Sobre as críticas a gastos com diárias — tema recorrente no debate público — o vereador foi direto: “Sou sozinho no partido. Se eu não for buscar os recursos, ninguém vai. E se precisar ir com meu próprio dinheiro, eu vou. Diária não é privilégio, é instrumento de trabalho.”
Doninelli citou uma suposta dificuldade de diálogo com a prefeita. “Acho que falta um pouco mais de abertura. Tem gente que tenta falar e não consegue. O prefeito anterior atendia todo mundo. E isso não é vaidade, é dever.”
Ao final da conversa, Ricardo isse torcer pela candidatura do ex-prefeito Abel Grave a deputado estadual em 2026.