
Mauricio Rebellato, jornalista natural de Ibirubá, marcou presença nos estúdios da Rádio Cidade 104.9 FM para uma entrevista especial conduzida por Andrei Grave e Ademir Camargo. O encontro, transmitido ao vivo pelo Facebook da rádio, trouxe à tona a rica trajetória de Maurício, seus aprendizados e os desafios enfrentados em mais de uma década de atuação no jornalismo televisivo e comunitário.
Maurício iniciou a conversa relembrando suas origens na localidade de Pinheirinho, interior de Ibirubá, onde cresceu em meio à vida simples do campo e à forte influência comunitária. “Minha base foi construída ali, com a participação ativa dos meus pais nas lideranças locais e o convívio próximo com a comunidade. Isso moldou meu caráter e me deu a visão de que a comunicação tem o poder de unir e transformar”, contou. Ele destacou ainda os sacrifícios feitos durante sua educação, como os deslocamentos longos para estudar e o esforço para superar desafios financeiros e estruturais comuns no interior.
Antes de ingressar no jornalismo, Maurício esteve na Unimed Alto Jacuí, onde trabalhou por sete anos. Foi nesse período que ele conciliou o trabalho com os estudos na Universidade de Cruz Alta (Unicruz), onde se graduou em 2012 no curso de jornalismo. “Trabalhar na Unimed foi um aprendizado incrível. A comunicação interna e externa da empresa me preparou para enfrentar os desafios do jornalismo, ao mesmo tempo em que reforçou minha paixão pela área.”
A entrada na RBS TV foi descrita como um marco na sua trajetória. Maurício destacou o início no grupo em Santa Rosa, em 2014, quando ainda era um repórter em fase de adaptação. “Minha primeira reportagem foi sobre a Fenasoja, e lembro de como fiquei impressionado com a dinâmica intensa do jornalismo televisivo. Logo em seguida, veio o desafio de cobrir o caso Bernardo Boldrini, que mobilizou equipes de todo o estado. Foi um mergulho na realidade do jornalismo de alto impacto.”
Ele compartilhou momentos emocionantes, como a primeira reportagem exibida no Jornal Nacional, que abriu portas para muitas outras participações em telejornais nacionais. “É um privilégio saber que histórias do interior do Rio Grande do Sul, muitas vezes esquecidas, puderam ganhar destaque em programas de grande alcance. Cada entrada no Jornal Nacional ou Globo Rural era uma conquista pessoal e profissional.”
Maurício também refletiu sobre os desafios da profissão. “O episódio da Boate Kiss, por exemplo, foi um dos momentos mais marcantes e desafiadores da minha carreira. Não se trata apenas de relatar fatos, mas de dar voz a quem sofreu e cobrar mudanças para evitar que tragédias como essa se repitam.”
A transição para o SBT, após uma década na RBS, representou um novo capítulo. Ele mencionou que a decisão foi motivada por um desejo de mudança e pela busca de novos desafios. “Chegou um momento em que percebi que precisava redirecionar minha carreira. A proposta do SBT veio em um momento oportuno, permitindo que eu continuasse atuando no jornalismo e ao mesmo tempo dedicasse mais tempo ao meu doutorado em Santa Maria.”
Ao falar sobre o futuro, Maurício revelou que pretende seguir contribuindo com o jornalismo, mas também tem o sonho de atuar na academia, formando novas gerações de comunicadores. “Sempre acreditei que um bom professor deve ter vivência prática. Quero unir minha experiência profissional com o ensino e a pesquisa, ajudando a preparar jornalistas para os desafios de um mercado em constante transformação.”
Encerrando a entrevista, Maurício agradeceu à sua família, que sempre esteve ao seu lado em cada etapa da jornada, e aos ibirubenses que acompanharam e apoiaram sua trajetória. Ele também deixou uma mensagem de otimismo para os jovens que sonham em seguir a carreira jornalística. “Se você tem um sonho, persista. A jornada pode ser desafiadora, mas com estudo, dedicação e paixão, é possível alcançar qualquer objetivo.”
A entrevista completa está no canal do Youtube do Jornal O Alto Jacuí.