28 de Abril, 2025 09h04mFeriado por ANDREI GRAVE

Pedal, risada e tradição: o aroma da Marcela embalou a manhã da Sexta-Feira Santa

Em Ibirubá sempre tem um grupo disposto a celebrar a vida pedalando.

A cada Sexta-Feira Santa, o dia amanhece diferente: tem cheiro de campo, de amizade e de chá recém-colhido. Tem também gente disposta a sair da cama cedo — não por obrigação, mas por escolha. A pedalada pela Marcela já é um ritual em duas rodas que mistura fé, saúde e boa companhia.

O asfalto ainda molhado pelo sereno nem esfriou e os primeiros ciclistas já estavam a caminho. Marcelo liderava o grupo como quem conhece a estrada e, mais que isso, conhece o espírito da jornada. “É o pedal da Marcela. Um costume nosso que mistura exercício com tradição”, explicou ele. Ao lado dele, pedalavam iniciantes como Carla — que, apesar de dizer estar “perdida”, foi a primeira a topar o desafio a convite do marido — e veteranos como Duda e André, que somam mais de cinco anos de pedaladas e boas histórias.
“Comecei faz pouco, mas já gosto. Conhece gente nova, se diverte e faz bem pra saúde”, contou Rafael, um dos mais animados do pelotão. Denise, por sua vez, venceu a tentação da cama quentinha para honrar a escolha pelo esporte: “A gente tem que ir. Faz bem.”
O trajeto, de cerca de 20 quilômetros, não tem só subidas e descidas. Tem gargalhadas, tem pausa para fotos e, claro, tem parada estratégica para colher a Marcela — planta que, há gerações, perfuma a casa e acalma o chimarrão. “É estimulante, relaxante muscular... é natural, é nosso”, dizia Marcelo, mostrando um maço recém-colhido com o mesmo carinho de quem mostra uma medalha.
O grupo Tranca Estrada, que já soma mais de 70 ciclistas, não vive só da Sexta-feira Santa. Pedala o ano inteiro. “Tem o pessoal que treina forte e o ritmo fofo, como a gente chama, que vai devagar, dá risada e espera todo mundo. Ninguém fica pra trás”, garantiu Marcelo. E se o pneu fura? Vira história. Vira resenha. Vira mais um motivo pra rir.
A manhã foi de chá e suor. De roda girando e coração leve. De tradição revivida em movimento. Porque tem coisas que não mudam: o cheiro da Marcela no campo, o espírito da sexta-feira santa e a certeza de que, em Ibirubá, sempre tem um grupo disposto a celebrar a vida — pedalando.

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