07 de Abril, 2025 09h04mBáu do Esporte por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Tonho, o homem que jogava por amor à bola

No Baú do Esporte, José Antônio Moreira da Silva revisita memórias, histórias e a paixão que atravessou décadas nos campos de Ibirubá

No programa Baú do Esporte da Rádio Cidade FM 104.9 recebeu um convidado especial: José Antônio Moreira da Silva, o popular Tonho. Com humildade, bom humor e um arsenal de histórias que emocionaram, Tonho reviveu com os ouvintes os tempos de ouro do futebol ibirubense — tempos em que se jogava por amor, por amizade e pela camisa.

A bola foi seu brinquedo de infância, seu refúgio na juventude e seu grande companheiro de histórias. Aos 58 anos, José Antônio Moreira da Silva, mais conhecido como Tonho, foi o entrevistado do programa Baú do Esporte em uma tarde repleta de emoção, boas lembranças e reconhecimento. Natural de Santo Antônio do Bom Retiro, Tonho carrega na memória as cores, os nomes e os sons de uma época de ouro do futebol ibirubense. Cresceu em uma família com 12 irmãos e descobriu nos campos de terra batida da infância um lugar onde se sentia inteiro. “Minha mãe me chamava de Tonho Bola. Onde ele tava? No campo. Sempre no campo”, contou, sorrindo.
Começou no América do bairro Progresso e nunca mais largou a bola. Viveu o nascimento do São José, enfrentou clássicos contra o Florestal com estádio lotado e fumaça de cachorro quente no ar. Lembrou com orgulho do jogo em que, mesmo lesionado nas costelas, entrou no segundo tempo e ajudou a equipe a ser campeã. “Ali era raça. Não tinha isso de parar porque doía. Era final”, disse. Seu auge, segundo ele, foi no Vila Nova, onde treinava correndo pelos trevos e voltava a pé, sem nunca reclamar. “A gente não ganhava um pila. O máximo era um par de chuteiras. Mas valia cada minuto.” Também jogou  no São João da Várzea, no Cruzeiro de Alfredo Brenner, no amador pelo Grêmio Esportivo Ibirubá e até uma partida pelo Juventude. Participou de clássicos como o Greju e campeonatos municipais e regionais contra equipes de Quinze de Novembro, Tapera e Colorado.
Ao longo da conversa, Tonho citou momentos curiosos e cheios de vida. Recordou que, em Porto Alegre, chegou a treinar com os juniores do Grêmio, mas acabou se tornando fotógrafo por cinco anos. Também revelou que era famoso por chegar sempre em cima da hora nos jogos: “Eu deixava os caras aflitos. Tinha esse costume. Mas chegava e jogava”, brincou. Falou com carinho do irmão Arizão, que foi seu maior incentivador. “Depois que ele parou de jogar, me acompanhava. Eu levava ele nos jogos. Ele ia por mim.” E dividiu com os ouvintes a lembrança de um gol inesquecível — de falta, contra o próprio São José, seu time do coração, quando defendia o Cruzeiro. “A bola entrou limpinha. Nem o Francisco no gol conseguiu pegar.”
A entrevista foi acompanhada por dezenas de mensagens ao vivo. Gente de várias épocas lembrou com carinho dos jogos, dos treinos, das rivalidades sadias e da amizade que ficava depois do apito final. Para Tonho, o maior título de todos não veio com troféus, mas com reconhecimento. “Tem cara que me chama na rua e me abraça, e eu fico tentando lembrar de onde é. Às vezes jogou comigo, às vezes contra. Mas o que ficou foi isso: amizade. Isso não tem preço.”
Com uma fala serena e cheia de verdade, encerrou o programa dizendo que gostaria de ver a juventude atual curtindo mais o esporte. “Hoje falta campinho. Falta gurizada com fome de bola. Mas ainda dá tempo. Se a gente gosta, a gente vai. E se a gente vai, o futebol leva pra lugares que a gente nunca esquece.”

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