
O convidado do Baú do Esporte foi João Jorge Lopes, o conhecido Coruja, figura histórica do esporte ibirubense e um dos grandes nomes ligados ao Bangú.
Nascido em 1958, morador do bairro Planalto desde sempre, Coruja relembrou passagens da infância, os tempos de futebol e sua trajetória também como construtor de dezenas de casas em Ibirubá e região. “Dei início com meu pai, seu Ramiro Lopes, que fez mais de 60 casas por aqui. Trabalhei muito, e até hoje gosto do que faço”, contou.
O apelido “Coruja” nasceu ainda menino. “No começo fiquei bravo, mas pegou. Depois descobri que a coruja representa sabedoria, e gostei”, brincou.
Jorge descreveu uma infância simples, dividida entre a escola e o trabalho com o pai carpinteiro. “Éramos sete irmãos, e eu precisei parar de estudar na sétima série pra ajudar em casa. Naquele tempo, quem estudava se dava bem, mas eu também fiquei bem na minha profissão”, relembrou. Ligado ao futebol desde pequeno, ele afirmou que sua vida se confunde com a história do Bangú, clube que ajudou a erguer literalmente. “Trabalhei na construção da sede, na época em que a gente fazia tudo de noite, com os amigos e vizinhos, com doação de material e muita vontade. O Bangú é o que é hoje porque foi feito com amor”, disse. Também foi presidente do clube em 1994, quando o Bangú se recuperou e venceu três campeonatos no mesmo ano: a Segunda Divisão, o Aspirante e o Veterano. “Peguei o clube em baixa e terminamos campeões em todas as categorias.”
Entre tantas histórias, o ex-jogador e dirigente lembrou do tempo em que o futebol de Ibirubá movimentava multidões. “Os domingos eram sagrados. Lotava os campos. O amador de hoje passa vergonha perto do amador de antigamente. A gente vivia o futebol”, contou. Citou amigos e figuras que marcaram época, como o goleiro Schuma, “herói do título de 1986”, o Miro Ciprandi, o seu Altamiro Alves de Souza.
Durante a conversa, Coruja recebeu dezenas de mensagens de antigos companheiros, torcedores e amigos. “Esses recados me emocionam. É a história que fica. O Bangú sempre foi minha casa.” Ele também destacou a importância dos projetos atuais, como o Juventude e suas categorias de base. “Imagina 150 guris no campo. É 150 que não estão na rua. Isso é o futuro do futebol e da cidade.”
Ao final, Coruja agradeceu pela lembrança e resumiu o sentimento de uma vida dedicada ao esporte e ao trabalho. “Sou um cara feliz. Fiz o que amava: construí casas, amigos e uma história dentro do futebol de Ibirubá. O Bangú é parte de mim.” finaliza.





















