21 de Novembro, 2025 07h11mBáu do Esporte por ANDREI GRAVE

Sérginho: do futebol à música, uma vida marcada por talento e simplicidade

A vida de Sérgio dos Santos, o querido Serginho, é um daqueles relatos que unem simplicidade, talento e muita perseverança.

Da Linha Pulador Sul ao coração de Ibirubá, a história de Sérginho atravessa meio século de futebol, música, trabalho e comunidade.

Entre campos enlameados, viagens apertadas, ginásios lotados e palcos improvisados, a história de Sérgio dos Santos, o Sérginho, se confunde com a própria memória esportiva de Ibirubá. Da infância no Pulador ao juvenil do Juventude, das rivalidades municipais ao amor pela música, ele resgata episódios que moldaram sua vida e deixaram marca em quem acompanhou sua caminhada. Com simplicidade e muito humor, recorda amistosos, títulos, gols improváveis, a força das comunidades e o aprendizado que levou para dentro e fora dos gramados.
Sérginho nasceu na Linha Pulador Sul e veio morar em Ibirubá ainda criança. “Cheguei com sete anos… faz quase meio século que estou aqui”, contou, lembrando dos pais — Armando Santos e Maria Margarida — e da infância vivida entre o interior e o bairro Floresta. Na escola Premem, descobriu o futebol pelas mãos do professor Grilo.

“Naquele tempo tinha Jergs… e só jogava quem tinha nota boa. A gente tinha que estudar primeiro pra depois pensar em bola”, recordou.

A entrada no juvenil do Juventude marcou sua formação como atleta. Ele reviveu uma época em que representou a cidade em competições regionais e estaduais. “Classificação sempre sofrida… o Tilico pegava um pênalti e eu batia o último. Era 5 a 4 quase todo ano, mas a gente chegava lá”, lembrou, sorrindo. Um dos momentos mais vívidos para ele foi a disputa em Arvorezinha: “Quando o pessoal viu nossa torcida chegando com charanga e bandeira, veio tudo pro nosso lado. Mudou o clima do jogo na hora”.
A carreira no futebol amador foi extensa. Serginho vestiu as cores do Florestal, São José, Pulador, Bangu, Botafogo, Cristal, Vila Nova e Inconfidência. Entre tantas lembranças, um gol segue como símbolo de sua trajetória: “Foi do meio de campo… eu vi o goleiro adiantado, peguei e larguei. Entrou limpa. Até hoje digo: foi o gol que Pelé não fez”, brincou. Também destacou o tricampeonato do Florestal, que marcou um bairro inteiro. “A gente voltou do Módulo Esportivo até a Floresta a pé… a rua lotada esperando. Nunca vou esquecer aquela cena”, disse.
Ele também treinou equipes veteranas, levando Florestal e São José a títulos. “Eu sempre dizia: se ensaiar, ganha jogo. E ganhava mesmo. Tinha jogada pra escanteio, pra lateral… a gente fazia certinho”, comentou. Apesar do amor pelo esporte, admitiu sentir saudade do futebol comunitário de antigamente. “Eu gosto do jogador da casa. Quando vejo time cheio de gente que não conhece Ibirubá, eu já nem fico. A essência era outra”, afirmou.
A música entrou em sua vida ainda jovem. Aprendeu violão observando colegas, tocou na igreja, formou dupla com Barufi e depois com Luciana. Escreveu canções autorais que marcaram época, como “Subzero”. “Eu sempre sonhei em cantar e jogar… no fim fui fazendo um pouco de tudo, do meu jeito”, brincou, orgulhoso da própria versatilidade.
Hoje, ao lado de Luciana, mantém uma rotina intensa com a produção de marmitas e jantas entregues diariamente na cidade e também para equipes de turno de empresas locais. Uma vida de trabalho, música, esporte e comunidade — construída sempre com humildade, esforço e bom humor.
Entre risadas, recordações e frases que revelam sua essência, Serginho segue sendo parte viva da memória afetiva e esportiva de Ibirubá. Uma trajetória que permanece sendo contada, lembrada e celebrada

Publicidade

Notícias relacionadas

Sandra Souza: uma vida dedicada ao voluntariado e à família

A história de Sandra de Souza é marcada por escolhas que moldaram não apenas sua trajetória pessoal, mas também a de quem vive ao seu redor.

22 de Agosto, 2025

Coruja: memórias de uma vida dedicada a construir o futebol

O convidado do Baú do Esporte foi João Jorge Lopes, o conhecido Coruja, figura histórica do esporte ibirubense e um dos grandes nomes ligados ao Bangú.  Nascido em 1958, morador do bairro Planalt

07 de Novembro, 2025

Do aspirante do Botafogo ao título com o São José: uma vida de gratidão a bola

Ex-volante do futebol ibirubense recorda infância na Linha Seis, títulos marcantes e a amizade que a bola construiu

06 de Outubro, 2025