22 de Abril, 2025 09h04mAgronegócio por REDAÇÃO INTEGRADA

Alerta sanitário reacende debate sobre a saúde animal no campo

Estado em alerta para focos de raiva, mas Ibirubá mantém sanidade animal com trabalho exemplar da Inspetoria Veterinária e apoio dos produtores

Veterinário Lucas Oberherr detalha trabalho da Inspetoria de Ibirubá e traz esclarecimentos sobre a raiva herbívora, vacinação, GTA digital e sanidade dos rebanhos na região.

A tranquilidade dos campos da região de Ibirubá foi recentemente interrompida com a divulgação de um alerta sanitário estadual sobre focos de raiva herbívora. O tema, embora distante da rotina de muitos produtores locais, reacendeu preocupações sobre a vigilância sanitária dos rebanhos. Para esclarecer a situação, o médico veterinário Lucas Oberherr, responsável pela Inspetoria Veterinária de Ibirubá, concedeu uma entrevista à Rádio Cidade, onde detalhou o trabalho da equipe, o status sanitário da região e os cuidados necessários frente ao novo cenário.
“Para nós, esse alerta veio como uma surpresa”, afirma Lucas. Natural de Selbach, com formação em Santa Maria e há mais de uma década atuando na defesa animal, ele explica que a raiva herbívora não é uma doença contagiosa de animal para animal. “Ela depende da agressão de morcegos infectados, e felizmente os morcegos da nossa região, apesar de aparecerem em áreas como a Usina do Pinheirinho, não têm apresentado o vírus”, esclarece. Ainda assim, recomenda-se que produtores que percebam agressões nos animais utilizem pasta vampiricida, facilmente adquirida nas agropecuárias, como forma de controle da população de morcegos hematófagos.
O veterinário reforçou que, embora o Rio Grande do Sul registre 15 focos da doença neste ano, concentrados principalmente em Passo Fundo, a região de Ibirubá segue em zona confortável. “Não há motivo para pânico ou vacinação em massa neste momento. A vacina existe, é eficaz, mas só é recomendada em áreas de risco real”, explica.
Além da raiva, Lucas abordou outras preocupações do campo. A brucelose e a tuberculose, doenças silenciosas que afetam rebanhos leiteiros, são acompanhadas com rigor na região. “Temos mais de 15% das propriedades já certificadas como livres dessas doenças. É um orgulho e uma referência para o Estado”, destaca. Ele alerta, contudo, para a importância dos exames periódicos e da vacinação das bezerras entre 3 e 8 meses contra a brucelose.
Outro ponto importante da entrevista foi a campanha de declaração anual obrigatória dos rebanhos, que está em andamento até junho. Lucas pede que os produtores colaborem. “Fizemos um cronograma por comunidades para evitar filas. É essencial que todos façam sua parte. Temos o WhatsApp da Inspetoria para dúvidas e o telefone fixo 3334-1563.”
O veterinário também comentou sobre as mudanças na Guia de Trânsito Animal (GTA), agora disponível em formato digital. Apesar da modernização, muitos produtores ainda preferem buscar atendimento presencial. “Existe uma insegurança natural de errar, mas o sistema é intuitivo. A ideia é facilitar e agilizar, especialmente para aqueles que já estão acostumados com o celular”, pontua.
Ibirubá, Fortaleza dos Valos, Quinze de Novembro e Selbach são os quatro municípios atendidos pela equipe da Inspetoria local, composta por cinco profissionais. “Temos um rebanho estimado entre 20 e 25 mil bovinos e também acompanhamos granjas de suínos e aves na região. A produção de leite, apesar da redução de produtores, manteve alta produtividade graças à tecnologia e profissionalização das propriedades”, analisa.
A declaração anual pode ser feita até o fim de junho e é obrigatória para todos os produtores. Mais informações pelo WhatsApp da Inspetoria: (54) 3334-1563.

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