31 de Março, 2025 09h03mPolítica por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Vereadora de Ibirubá traz à tona a urgência do PL 320

“É agora ou nunca”, diz vereadora Gesmari Jandrey (PP)

Com o campo sufocado pela seca e pelas dívidas acumuladas, Gesmari Jandrey rompe o silêncio político e ergue a voz em defesa de quem produz. Da tribuna da Câmara às audiências públicas, ela transforma a dor dos agricultores em mobilização regional e exige do governo federal mais que promessas: ações concretas para manter o homem e a mulher no campo.

 A vereadora Gesmari Jandrey falou sobre a situação dramática vivida pelos agricultores do Rio Grande do Sul, especialmente diante do quinto ano consecutivo de seca. Como agricultora e presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Municipal, Gesma tem sido uma das vozes mais atuantes na mobilização pela aprovação do PL 320, que trata da securitização das dívidas rurais, e também do PL 341, em tramitação na Câmara dos Deputados. “Se essa securitização não sair, muitos vão abandonar o campo. É agora ou nunca”, afirmou.
A proposta, de autoria do senador Luís Carlos Heinze (PP), busca renegociar débitos de produtores atingidos pela estiagem prolongada. Segundo a parlamentar, essa medida é fundamental para evitar o colapso de milhares de famílias no meio rural. Ela relata que já participou de manifestações em frente a bancos, audiências públicas, eventos na Expodireto Cotrijal e reuniões com representantes de diversos partidos. “Estamos todos juntos, pequenos, médios e grandes produtores. Não é uma pauta só minha, é uma pauta da região.”
A vereadora reforça que o apoio da imprensa e das Câmaras de Vereadores da região tem sido essencial. “Nós, da ASCAMAJA, aprovamos uma moção coletiva que será entregue em mãos na Marcha a Brasília. São mais de 200 vereadores envolvidos nesse processo”, relatou. Gesmari também destacou que o PL 320 está atualmente na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, com prazo aberto para emendas.
A entrevista percorreu não só a pauta legislativa, mas também os impactos reais da crise no cotidiano rural. “O agricultor está desanimado. Eu mesma tenho um filho que entrou na lavoura há três anos e está pensando em desistir. Ele financiou, plantou, mas a produtividade não cobre os custos. Essa é a realidade de milhares”, lamentou.
Além das perdas com a seca, ela  apontou desafios estruturais como a falta de políticas públicas para irrigação, sucessão familiar no campo e baixa diversificação das culturas. “Precisamos pensar em agroindústrias, turismo rural, novas formas de gerar renda na propriedade. Se for só com soja, milho e trigo, não vamos sobreviver.”
A vereadora também comentou a votação recente na Câmara de Ibirubá sobre a criação de cargos na prefeitura, entre eles o de mecânico. Ela votou contra e justificou: “Não é o momento. Já existem dois mecânicos em atividade. Precisamos investir na estrutura da oficina e organizar o setor antes de ampliar a equipe. Foi uma promessa política, mas não podemos deixar que o interesse de um sobreponha o da coletividade.”
Ela também abordou questões partidárias, lembrando que a bancada do Progressistas segue unida e propositiva. “Não somos oposição pela oposição. Mas quando algo não é justo, vamos nos posicionar”, disse. Questionada sobre a postura de antigos aliados políticos, a vereadora afirmou que cada um responde por suas escolhas. “Nós continuamos trabalhando. O povo nos elegeu para isso.”
No fim da conversa, ela  expressou confiança na aprovação do PL 320. “A produção de alimentos é o que move o Brasil. O mínimo que o governo federal pode fazer é dar condições para o agricultor pagar suas contas e continuar fazendo o que ele sabe: produzir.”

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