
Natural de Erechim e moradora de Quinze de Novembro, ela tem sua vida entrelaçada à profissão de motorista, conduzindo diariamente não apenas alunos, mas também sonhos e esperanças.
Maria Cristine Ongaratti Raabe, 51 anos, carrega consigo mais do que o papel de motorista. Ela conduz histórias, afetos e responsabilidades com a mesma firmeza com que segura o volante. Natural de Erechim, vive hoje em Quinze de Novembro, onde encontrou no transporte escolar uma verdadeira vocação.
Sua trajetória profissional teve início em 1995, como instrutora de autoescola. Foi ali que a paixão pela direção começou a tomar forma. “Foi quando descobri que estar ao volante era mais do que um trabalho, era um chamado. Me apaixonei pela profissão desde o início”, conta.
Em 2022, ela atuou por dez meses junto ao Departamento de Obras da Prefeitura de Quinze de Novembro, dirigindo caminhão caçamba em um contrato temporário. Pouco depois, sua dedicação foi reconhecida ao ser aprovada em quinto lugar no concurso público para motorista e operadora de máquinas do município. Atualmente, está lotada no Departamento Municipal de Educação, conduzindo o transporte escolar na rota entre a Sede e Aurora.
A rotina começa cedo. “Saio de casa às 5h45 da manhã e encerro o dia às 18h30, levando e trazendo os alunos dos turnos da manhã e da tarde”, relata. O trabalho exige atenção e responsabilidade redobradas. “Estamos transportando nossas maiores riquezas, que são nossas crianças e jovens. Eles estão indo à escola em busca de um futuro melhor, e eu me sinto parte disso”, afirma emocionada.
O vínculo com os estudantes vai muito além da rotina de embarque e desembarque. Após um ano e meio realizando a mesma rota, Maria Cristine vê no ônibus uma extensão de sua casa. “Somos uma grande família. É gratificante receber o carinho deles em forma de palavras, desenhos, presentes. Isso vem também dos pais, e me emociona muito”, revela.
Entre tantos momentos marcantes, um gesto simples ganha grande significado. “A minha maior satisfação é ver cada um deles entrando no ônibus com um sorriso no rosto e os olhinhos brilhando, cheios de esperança. Fazer parte disso é o que me realiza.”
A paixão pela profissão também teve apoio fundamental da família. “A decisão de seguir essa carreira foi muito incentivada pela minha filha Júlia. Ela sempre esteve ao meu lado, apoiando cada passo. Tenho certeza de que hoje sente orgulho da profissional que me tornei”, declara com voz embargada.
Mais do que conduzir veículos, ela conduz vidas com dedicação, amor e responsabilidade. “Amo o que eu faço, amo meus jovens e minhas crianças. Sei que esse carinho é recíproco. E isso, para mim, é o que mais importa”, conclui.