A Rádio Cidade, no Dia da Consciência Negra, o programa "De Papo com Elas" trouxe à tona vozes impactantes que ecoam a resistência e desafios da comunidade negra no Brasil. O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares.Ághata Nunes Duarte, jornalista da Coprel; João Vitor, empreendedor negro que trilhou o caminho de Salvador para Ibirubá com sua culinária africana e Pai Evandro de Xapanã, líder religioso de matriz africana e militante do movimento negro em Cruz Alta compartilharam experiências marcantes, transformando o programa em um espaço de reflexão e lugar de fala sobre a importância da data. E é João Vitor quem questiona a minimização do racismo como "mimimi", enfatizando a importância de cortar pela raiz qualquer atitude discriminatória. Ele destacou a necessidade de não subestimar pequenos gestos, evitando que se tornem alicerces para comportamentos racistas mais graves. "A luta contra o preconceito é contínua; não podemos desistir. Cada momento é uma oportunidade para informar e promover inclusão e respeito." explica.
O empreendedor veio de Salvador, a cidade mais negra fora da África, e conta que lá a africanidade permeia a vida cotidiana. “Ao chegar no Sul, percebi um ambiente mais desafiador em relação ao racismo” , constata. Já a jornalista Ághata Nunes Duarte, que é do time de marketing da Coprel Telecom contou sua trajetória e reforçou a necessidade de se posicionar contra atitudes racistas, mesmo aparentemente pequenas. Ela enfatizou a importância de ser antirracista, não apenas evitando o racismo, mas tomando atitudes ativamente contra ele. "Ser uma mulher negra, jornalista e pós-graduada enriquece meu currículo, mas o verdadeiro valor está em apoiar outras mulheres negras que ainda não se veem plenamente na sociedade”, acredita. Ela afirma que se sente muito acolhida na Coprel e que sua negritude dentro da cooperativa é parte do que a cooperativa acredita, um mundo de diversidade conectando pessoas. Pai Evandro de Xapanã trouxe para a reflexão a pauta religiosa mas também das políticas públicas. Ele instigou os ouvintes a irem além, enfatizando a responsabilidade da comunidade em avançar em políticas públicas, espaços de poder e empregos para a juventude negra. Estimulou a pesquisa e o conhecimento sobre a história afro-brasileira, incentivando ações para combater o preconceito e a intolerância. A discussão finalizou com a reflexão de que o empoderamento não é um estágio final, mas um processo contínuo, destacando a responsabilidade de cada um em participar da luta pela igualdade, incentivando a desconstrução de preconceitos e a promoção da igualdade. O programa proporcionou uma oportunidade valiosa de diálogo e reflexão, destacando que é fundamental continuar discutindo e agindo contra o racismo para construir uma sociedade mais justa e igualitária. O Dia da Consciência Negra é um lembrete essencial de que a luta pela igualdade racial é diária e envolve a participação de todos.