27 de Janeiro, 2025 10h01mBáu do Esporte por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Paulo Geraldo Schemmer é a memória viva do Bangú e da ASIF em Ibirubá

Hoje, aos 76 anos, Paulo Schemmer mantém sua paixão pelo esporte, embora não frequente campos e quadras com a mesma intensidade de antes.

Na memória esportiva de Ibirubá, poucas figuras são tão emblemáticas quanto Paulo Geraldo Schemmer. Aos 76 anos, com uma vida dedicada ao esporte, ele compartilhou sua trajetória, destacando dois marcos principais: a fundação do Clube Atlético Bangú e sua atuação na Associação Ibirubá de Futsal (ASIF). Com histórias ricas e marcantes, Schemmer mostrou como o esporte uniu comunidades.

Nos anos 1960, um grupo de jovens inquietos no bairro Planalto decidiu criar um time de futebol de campo. “Nos reuníamos aos domingos e não tínhamos muito o que fazer. Um dia resolvemos participar de um torneio na Várzea, interior de Ibirubá. Não tínhamos nome e ficamos sem jeito ao chegarmos na comunidade. Um organizador do torneio, de sobrenome  Bonatto, sugeriu: vamos chamar o time de ‘Sem Jeito’”, relembrou Schemmer.
Depois do Sem Jeito veio o Faixa Azul, o Expressinho e na sequência, com a eleição da Íris, primeira mulher presidente, o clube virou Bangú, uma cópia do carioca ''estádio de moça bonita''. 
Mas o grande desafio era encontrar um local fixo para os jogos. Uma opção era o terreno onde atualmente se localiza o Clube Colibri, no Bairro Pôr-do-Sol, mas a documentação emperrou. A solução veio de uma ideia de Schemmer, que encontrou um terreno próximo ao Pulador, de propriedade da família Kunz.“Eu medi o espaço com passos, e junto com o time, limpamos o local, pagamos trator para nivelar o terreno e plantamos a grama. Ver aquele campo pronto foi uma realização imensa”, contou emocionado. O Bangú foi criado nos idos de 1966, e dos onze titulares do time, oito serviram o quartel juntos. Paulo era ponta esquerda e goleador, segundo Celso Endres, em participação ao vivo durante a entrevista com Paulo no programa da Rádio Cidade. Castor de Andrade também foi lembrado entre os presidentes que marcaram época no clube. ''Naquele tempo éramos jovens e bonitos, hoje somos apenas bonitos'', brincou Endres.  Em um sábado a noite os jogadores descarregaram um caminhão de milho do João Petri, foram para Espumoso jogar uma partida e no domingo carregaram o caminhão novamente. O jogo, disputado na Pratinha, terminou 7 a 7. O primeiro campeonato municipal de Ibirubá, segundo Schemmer, ocorreu em 1968.  
A Associação Ibirubá de Futsal - ASIF: A magia da bola pesada
No final dos anos 1980, Paulo Schemmer ingressou na Associação Ibirubá de Futsal (ASIF), a convite do Professor Luiz Carlos de Oliveira, com quem formou uma amizade que perdura até hoje. “Ele precisava de ajuda em um jogo importante, e eu fui. A partir dali, trabalhamos juntos por mais de 20 anos, sempre com respeito e dedicação”, contou.
A ASIF não era apenas uma escolinha de futsal; era um centro de formação de atletas e cidadãos. “Nossa missão era ensinar disciplina e valores aos meninos. Alguns estavam lá para aprender a jogar, outros para aprender a viver”, refletiu Schemmer.
Um dos momentos mais marcantes de sua vida foi ver Ronaldinho Gaúcho jogar no Ginasião em Ibirubá, em 1990, quando o craque tinha 10 anos e jogava no time da PROCERGS, treinado por Cleon Espinoza. Ronaldinho foi eleito o melhor jogador de futsal do estado. “Ele era só um garoto franzino e tímido, mas quando pegava a bola, era mágico. Naquele momento, eu já sabia que ele seria um grande nome no futebol. Ver um talento desses de perto foi algo inesquecível”, lembrou.
O impacto da ASIF no esporte local é imensurável. Jogadores talentosos como Roger Guedes e Jair Rodrigues Júnior jogaram nas categorias de base, e a associação foi responsável por levar o nome de Ibirubá para competições regionais e estaduais, promovendo clássicos contra o Russo Preto de Não-Me-Toque, América de Tapera, Celeiro de Fortaleza dos Valos e SASE de Selbach. 
“Trabalhar na ASIF foi uma das melhores experiências da minha vida. Cada menino que passava por nós levava um pedaço do que acreditávamos: respeito, disciplina e paixão pelo esporte”, afirmou Schemmer.
Um legado que perdura
Hoje, aos 76 anos, Paulo Geraldo Schemmer mantém sua paixão pelo esporte, embora não frequente campos e quadras com a mesma intensidade de antes. “O futebol nunca foi apenas um jogo para mim. Ele me deu amigos, lições e a oportunidade de ajudar a transformar vidas. Sou eternamente grato por tudo o que vivi”, concluiu.

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