16 de setembro, 2024 14h09m Báu do Esporte por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Um craque de bola dentro e fora das quatro linhas: Almeri Nicolodi, o Neguinho da Várzea

Imeri sente saudade de uma época em que o futebol amador de Ibirubá fervilhava com rivalidades acirradas e torcidas mobilizadas.

No coração da várzea, em meio a campos de terra batida e gramados improvisados, a trajetória de Almeri Nicolodi, mais conhecido como "Neguinho da Várzea", é um testemunho da paixão pelo futebol amador. Iniciando sua jornada em 1977 no São João da Várzea, ele nos revela as memórias de uma época de ouro do futebol varzeano.

Com apenas 16 anos, Almeri já mostrava talento nos torneios que marcavam o cotidiano da várzea. "Naquela época, a gente participava de torneios com até 40 times. Saíamos de caminhão, pagávamos passagem e almoço, mas era muito divertido", relembra ele, com um sorriso nostálgico. O São João da Várzea, segundo ele, já contava com quase 60 anos de fundação, e o campo, "sempre molhado", era conhecido como o "Campo da Várzea", onde se jogava sem desculpas, mesmo em condições adversas.

A Paixão pelo futebol amador
Nos anos 70, o futebol amador de Ibirubá começou a ganhar forma, com a criação dos campeonatos municipais. Almeri teve a oportunidade de jogar nas primeiras edições, destacando-se no Grêmio Esportivo Ibirubá, onde começou aos 18 anos. "Eu joguei no Grêmio até os 40 anos", conta. Ao longo desse período, jogou ao lado de nomes como Valdir Rebelato e Pelezinho, que também deixaram suas marcas no futebol da região.
A oportunidade perdida de se tornar profissional
Apesar do sucesso no futebol amador, Almeri quase teve a chance de se profissionalizar. Jogando em uma partida em Vacaria, surgiu o convite para tentar uma carreira profissional. "Mas, naquela época, jogar profissional era muito difícil. Meus companheiros disseram para ficar no amador, e eu acabei ficando", reflete. Ele chegou a fazer testes no Grêmio, mas as condições eram muito diferentes das de hoje. "Não tinha pousada, não tinha como se comunicar, era outro tempo", relembra.
Momentos inesquecíveis 
e conquistas
Entre as muitas histórias que marcaram sua carreira, Neguinho lembra com carinho da final de 1987, quando conquistou o título pelo Vila Nova. "Fomos campeões em cima do 25 de Julho, num jogo que ficou para a história", diz ele, com orgulho. Outro jogo memorável foi a goleada de 14 a 0 sobre o time da Picada Café, onde ele e Pelezinho dividiram os gols – cada um marcou sete vezes.
O estilo de jogo
Conhecido por sua habilidade com a bola nos pés, Neguinho da Várzea era um meia-esquerda que fazia muitos gols. "Eu jogava sempre com a bola colada no pé, era difícil me tirar a bola", explica. Comparado por muitos ao estilo de jogo de Lionel Messi, Neguinho acumulou histórias de dribles desconcertantes e gols decisivos que o tornaram uma lenda no futebol varzeano. Ele diz que tinha boa relação com árbitros.
O legado do futebol amador
Para Almeri o futebol amador era mais do que apenas um esporte. Era um estilo de vida, uma paixão que unia comunidades. "Se nós perdíamos um jogo, o cara não dormia à noite. Era um sentimento diferente", conta. Ele se orgulha de ter jogado de graça, apenas pelo amor ao time e ao futebol. Atualmente, ao olhar para os campos onde fez história, Almeri sente saudade de uma época em que o futebol amador de Ibirubá fervilhava com rivalidades acirradas e torcidas lotadas. "Não tem mais jogador como antes", lamenta. Contudo, seu legado continua vivo, nas memórias dos torcedores e nas histórias do Baú do Esporte.

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