06 de Outubro, 2025 09h10mEsporte em Destaque por JORNALISTA CRISTIANO LOPES

Patinação artística abre horizontes em Ibirubá

Projeto social no bairro Progresso leva inclusão, disciplina e sonhos sobre rodas

No ginásio do Esporte Clube São José, em Ibirubá, a patinação artística virou muito mais que um esporte. Com o projeto social Voo Livre, 50 crianças e adolescentes encontraram disciplina, inclusão e alegria sobre rodas, em aulas que misturam técnica, diversão e superação, sob a coordenação da professora Marlise Prediger.

Crianças e adolescentes vivem a experiência de deslizar sobre rodas e descobrir no esporte um novo jeito de enxergar a vida. É o Voo Livre Patinação Artística, projeto social idealizado por Marlise Prediger, professora de Educação Física que transformou um sonho pessoal em realidade coletiva.

“Eu sempre tive um sonho de trabalhar com crianças e idosos. Então agora já é o meu segundo voo livre da patinação artística. Quando me formei, reuni amigos e disse: vamos criar um centro para as crianças e para os idosos. Logo veio a pandemia, mas não desisti. A gente fundou a Ativação Social e Esportiva de Ibirubá, e hoje ver essas crianças patinando é uma realização enorme”, contou Marlise, emocionada.

A iniciativa ganhou força com o Pró-Esporte RS e o apoio de empresas locais, como a Cotribá e a Jale Transportes. As aulas vão de julho a junho, em um ciclo de dez meses, dividindo os participantes entre escolinha, pré-equipe e equipe. Mas, para além da organização, o que vale mesmo é a essência do esporte.

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“O principal é sempre a diversão. Eles aprendem as figuras, o básico primeiro, depois sobem de nível. Mas não deixamos de lado a alegria de estar aqui. A patinação é disciplina e técnica, mas antes de tudo é diversão”, explicou 
Sarah, filha de Marlise e atleta da patinação há dez anos.

Essa diversão logo se transforma em evolução. Cristiano Garcias, pai de Lívia, acompanha a filha a cada treino e nota a mudança de perto. “Ela adorou desde o primeiro dia. Não falta uma aula. Já teve dor na perna, mas insiste em vir porque está apaixonada. A gente vê o brilho no olhar dela e percebe que está crescendo, ficando mais confiante.” A mãe, Vanderleia, completou: “Ela já tem equilíbrio, que antes não tinha. Agora se solta, acredita em si mesma. É muito bonito ver a transformação.”
Os aprendizados não ficam só com os alunos. Paulo, estagiário do projeto e futuro professor de Educação Física, vive a experiência como aluno e educador ao mesmo tempo. “Nunca tinha participado da patinação antes. Agora estou aprendendo junto, e isso vai me ajudar na minha formação. É uma novidade que está mudando também a minha vida.”
Na pista, a espontaneidade das crianças mostra a força do projeto. Laressa, sorridente, contou que depois da patinação ainda corta o cabelo e sai passeando. Sofia, com três anos e meio de experiência, resumiu: “Eu gosto muito, é divertido.” A pequena xará dela, que está começando agora, ainda tímida, disse baixinho: “Estou adorando aprender.”
O Voo Livre já realizou sete shows e apresentações abertas à comunidade, encantando plateias e revelando novos talentos.

“Cada espetáculo é um momento de coroar o trabalho, de mostrar a evolução de cada criança. Para mim, é um sonho poder oferecer esse acesso. Temos 30% de alunos em situação financeira difícil, e sem o projeto eles não teriam como estar aqui. A patinação é um esporte artístico, geralmente de elite, mas nós conseguimos trazer para todos. Isso me enche de orgulho”, destacou Marlise.
Os planos não param por aí. A coordenadora sonha em erguer um ginásio próprio para ampliar as vagas e garantir ainda mais estrutura. “Quero um espaço novo para Ibirubá, com muitas novidades. Já temos encaminhado o projeto técnico para atender mais 50 crianças em 2026. É o futuro da patinação artística aqui”, disse.
Enquanto isso, no ginásio do bairro Progresso, o barulho das rodinhas no chão e os risos das crianças ecoam como música. Ali, cada giro, cada passo e cada queda são parte de uma jornada que não se limita à pista. É inclusão, é transformação e, acima de tudo, é a certeza de que o esporte pode abrir horizontes muito além das rodas.

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