
Ela crê que a fé em Deus já trouxe a cura para ela poder acompanhar o crescimento dos netos
Durante o Outubro Rosa, moradora do bairro Planalto compartilha jornada de fé, coragem e solidariedade na batalha contra o câncer de mama. Aos 42 anos, a professora de educação física e dançarina Giovana Matos da Silva, a Profe Gio, fundadora do Estúdio das Patroas Fit Dance, enfrenta pela segunda vez o câncer de mama. Agora em estágio de metástase, ela transforma sua luta em bandeira de acolhimento, fé e informação.
“Se eu puder ajudar uma pessoa com meu exemplo, já valeu”, afirma com a serenidade de quem sabe que sua batalha vai além de si mesma.
A história com a doença começou após a morte da irmã, aos 29 anos. “Eu não aceitava aquilo e fui buscar respostas. Descobri que tenho uma mutação genética chamada TP53, que aumenta muito a chance de desenvolver câncer, principalmente de mama”, explica.
Em 2020, ela descobriu o primeiro tumor. Após cirurgia e acompanhamento, parecia estar tudo sob controle. No entanto, a mutação genética seguiu ativa.
“Agora o câncer voltou nos ossos, fígado e pulmão. Mas não digo que ele está lá. Digo que estava. Porque eu acredito na cura.”
Natural de Porto Alegre, Gio vive em Ibirubá há anos, cidade pela qual tem imenso carinho. “Eu me tornei ibirubense de coração. Aqui me acolheram como auxiliar de ensino, como professora de dança, como mulher. Eu não saio mais daqui.”
Mãe de Thaís e Isadora, e avó de Gael e Luiza, ela conta que sua fé é alimentada principalmente pelos netos. “Meu pedido é: Deus, me permita ser vó. Que eu possa viver isso com eles.”
Mas a Profe Gio não enfrenta isso sozinha. Cercada de amigas, promoveu um momento simbólico: reuniu todas para cortar seus cabelos, antes que a quimioterapia os levasse.
“Eu não queria que o câncer tirasse meu cabelo. Queria que minhas amigas tirassem. Cada uma cortou um pedaço como se estivessem matando o câncer. Foi muito forte.”
Além do tratamento médico, Gio adotou uma alimentação cetogênica e uma rotina de exercícios físicos. “As pessoas não sabem, mas só 7% da cura vem dos remédios. Alimentação e atividade física representam 25%. O resto é fé, vontade de viver, apoio emocional.”
Com base nisso, lançou um convite para outras mulheres da cidade:
“Se você está em tratamento contra o câncer, vem treinar comigo. Não tem custo. Não é sobre estética, é sobre vida. Sobre corpo ativo, cabeça erguida e alma em movimento.”
Sobre a dor, ela não esconde. “Tem dias em que dói demais. E eu digo: hoje eu tô com dor, hoje eu tô mal. Mas também digo: amanhã vai ser melhor. Porque eu tenho fé.”
Questionada sobre como consegue sorrir em meio a tudo isso, responde: “Porque eu acredito. Eu já pedi muito a Deus. E sei que Ele já atendeu. Só tá terminando os detalhes.”
Para Gio, o câncer não é sentença. É processo. “O câncer não vem porque tu é uma pessoa ruim. Às vezes ele vem pra te mostrar o quanto a vida vale. E se Deus me escolheu para passar por isso e ajudar outras mulheres, eu aceito. Mas vou lutar até o fim.”
E finaliza com uma mensagem forte para quem está no começo da luta: “Não tenham medo do câncer. Se informem. Façam exames. Conversem com quem passou por isso. Não se isolem. E, por favor, não deixem de acreditar. Porque a cura começa dentro da gente.”