
Em 2025, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Rincão Seco, no interior de Ibirubá, completa 70 anos de história. E, pela primeira vez, quem vai contar essa trajetória serão os próprios alunos, através do projeto Aluno Repórter.
Como nasce uma escola? Talvez a resposta não esteja nos livros, mas nas mãos calejadas de quem ajudou a erguer as primeiras paredes. Nos olhares de crianças que caminhavam léguas para chegar até uma sala de aula simples, sem mais nada além de cadeiras de madeira e um quadro de giz. Nas comunidades do interior, como Rincão Seco, a educação não é apenas um direito — ela é conquista, é herança, é força coletiva que atravessa gerações.
Uma história que se mistura à formação da própria comunidade, aos ciclos da agricultura, às transformações do campo e às mudanças sociais que moldaram o interior gaúcho.
Agora, pela primeira vez, essa trajetória será contada não pelas atas escolares, nem pelos registros oficiais, mas pelo olhar de quem vive a escola hoje. A jornada começou oficialmente na manhã desta quinta-feira, dia 15, quando a primeira reunião reuniu os professores e a equipe da escola para lançar as bases desse trabalho que vai atravessar semanas de pesquisa, vivência e produção jornalística. Até o dia 12 de setembro, quando o resultado será apresentado para toda a comunidade, os corredores da escola vão se transformar em salas de redação, em estúdios improvisados, em pontos de encontro entre gerações.
“Como diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Rincão Seco, vejo o projeto Aluno Repórter como uma das ações mais significativas para marcar os 70 anos da nossa escola. É algo que me emociona muito”, afirma a diretora Suely Kussler Krammes, ao destacar o envolvimento dos alunos na busca pelas memórias da escola que faz parte da história da comunidade.
A diretora reforça o simbolismo do projeto não apenas para a escola, mas também para sua própria trajetória pessoal. “Meus filhos também estudaram aqui, viveram sua infância e adolescência nestas salas e corredores. Hoje, já estão formados, e tenho certeza que essa base ajudou a prepará-los para a vida. Saber que a escola segue viva, formando novas gerações, me enche de orgulho e gratidão. Espero que, com esse trabalho, possamos honrar o passado, celebrar o presente e inspirar o futuro da nossa querida Escola Rincão Seco. Que esse aniversário de 70 anos seja um marco de união, memória e carinho de toda a comunidade escolar”, conclui.
A realização do projeto conta com a união de forças comunitárias, apoiado pelo Fundo Social do Sicredi Rota das Terras/MG e pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Desporto e Turismo de Ibirubá, garantindo estrutura e apoio para todas as etapas.
O gerente da agência do Sicredi Mauá, Cleiton Bólico, destaca o papel transformador do projeto para a comunidade. “Para o Sicredi, investir em iniciativas como o projeto Aluno Repórter é fortalecer as raízes que sustentam nossas comunidades. Ao apoiar ações viabilizadas pelo Fundo Social Sicredi, reafirmamos nosso compromisso com a educação, a valorização da história local e o protagonismo das novas gerações. Ver alunos contando, com sensibilidade e profundidade, a trajetória de uma escola que pulsa há 70 anos no coração do Rincão Seco, é testemunhar o poder transformador da cooperação. É acreditar que quando cultivamos conhecimento, pertencimento e memória coletiva, colhemos cidadãos mais conscientes, preparados e orgulhosos de suas origens.”
wQuando setembro chegar, o que será mostrado à comunidade não será apenas um mini documentário ou algumas páginas no jornal. Será um retrato vivo de 70 anos de história escolar sob o olhar de quem ainda sente o cheiro da merenda no refeitório, que joga bola no pátio empoeirado, que vê na escola não o passado, mas o presente em construção. Porque contar a história da escola é contar a história do próprio povo que fez florescer a educação em meio ao campo.