21 de Julho, 2025 09h07mAgronegócio por JORNALISTA CRISTIANO LOPES

Plano Rio Grande impulsiona recuperação de propriedades rurais em Ibirubá após enchentes

Em Ibirubá, a expectativa é que o programa contribua para devolver segurança e perspectiva aos agricultores familiares

Programa visa reconstrução socioambiental, incremento da resiliência climática e fortalecimento da agricultura familiar gaúcha

Ibirubá integra a lista de municípios contemplados pelo Plano Rio Grande, estratégia estadual lançada após as enchentes históricas que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024. Com foco na reconstrução produtiva, social e ambiental, o programa destina recursos de até R$ 30 mil por família agricultora, buscando garantir não apenas a retomada da produção, mas a construção de uma agricultura familiar mais resiliente aos eventos climáticos extremos.
O plano contempla agricultores familiares com CAF ativo (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar) ou DAP ativa (Declaração de Aptidão ao Pronaf), além de pecuaristas familiares com Declaração de Pecuarista Familiar. A prioridade é para quem necessita recuperar o solo, se compromete com adoção de práticas sustentáveis e tem potencial de difundir conhecimento, sendo exemplo para a comunidade local.
As inscrições ocorrem presencialmente no escritório da Emater/RS-Ascar, com entrevista aplicada por extensionistas para preencher a ficha de inscrição. Após o encerramento, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário de Ibirubá será responsável por selecionar os beneficiários com base em critérios técnicos e sociais, incluindo compromisso de permanecer no imóvel e alocar contrapartida, como análise de solo.
“Esse programa é um passo importante para reerguer o setor agrícola após as adversidades climáticas dos últimos anos”, explica um dos extensionistas da Emater. Entre 2020 e 2024, agricultores enfrentaram secas severas causadas pelo La Niña e, em seguida, episódios de chuvas excessivas com o El Niño. O objetivo agora é construir uma base mais sólida para evitar perdas tão drásticas.
Após a seleção, os agricultores passam por diagnóstico detalhado de suas propriedades, contemplando aspectos produtivos, sociais e ambientais. Com base nessas informações é elaborado o PIAI — Plano Individualizado de Ações Integradas —, definindo onde e como o recurso será aplicado. O mínimo de 60% do valor deverá ser investido em melhorias produtivas, com o restante destinado a ações de preservação ambiental e qualidade de vida.
Entre as práticas financiadas estão técnicas de agricultura conservacionista, cobertura permanente do solo, sistemas integrados, irrigação sustentável, saneamento básico, acesso à internet rural e recuperação de áreas degradadas, especialmente nascentes e matas ciliares. Itens como combustível, manutenção de equipamentos ou compra de animais de grande porte estão excluídos.
O acompanhamento será rigoroso. Extensionistas acompanharão as propriedades durante 24 meses, com prestação de contas financeira em até 13 meses e conclusão técnica até o segundo ano. Além disso, o programa prevê atividades de capacitação, como Dias de Campo e seminários, para promover a troca de experiências entre os agricultores.
Serão três etapas de execução, abrangendo 15 mil beneficiários no Estado. O cronograma prevê distribuição proporcional aos municípios, respeitando o número de estabelecimentos da agricultura familiar em cada localidade.
Com essa iniciativa, o governo busca não apenas reparar danos, mas construir um novo modelo produtivo no campo, mais sustentável e preparado para enfrentar as adversidades climáticas que, segundo as projeções, devem se intensificar até 2050.

 

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