
Com recursos garantidos pela Consulta Popular de 2022, a construção da Unidade Regional de Acolhimento já começou.
A região do Alto Jacuí dá um passo importante na proteção da infância com o início da construção da Unidade Institucional Regional de Acolhimento, localizada no bairro Hermany, em Ibirubá. A obra foi a mais votada da Consulta Popular 2022/2023, com mais de 13 mil votos, e recebeu mais de R$ 1 milhão para sua edificação, além de recursos adicionais para a compra de mobiliário.
O presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento - Corede Alto Jacuí, Roberto Luis Visoto, destacou a importância da iniciativa: “Esse centro de acolhimento é para crianças em situação de risco, vítimas da sociedade. Dentro desse centro não entra a criança que tenha praticado algum ato infracional. São aquelas crianças onde o pai e a mãe abandonaram, não estão dando o mínimo de acolhimento, ou situações onde faleceram, ou são vítimas de violência.”
O projeto atende a uma demanda antiga das Secretarias de Assistência Social dos municípios da região, que hoje precisam deslocar essas crianças para cidades distantes como Lagoa Vermelha, com custos mensais que podem ultrapassar R$ 4 mil por acolhido. “Lá em Tapera, por exemplo, no início do ano, havia 10 crianças sendo alocadas fora do município. Isso recai sobre os municípios, mas o gestor público sabe que cuidar dessas crianças é parte das suas atribuições”, ressaltou Visoto.
A obra segue as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente, em especial o Art. 98, que prevê o acolhimento institucional como medida de proteção para menores em situação de risco pessoal e social. “É uma vitória da comunidade e uma resposta direta às demandas levantadas nas assembleias da consulta popular”, reforçou.
Além de ser presidente do Corede, Beto Visoto tem uma longa trajetória de envolvimento com a vida pública e comunitária. Natural de Tapera e com formação em Direito pela Unicruz, ele é comissário da Polícia Civil em Carazinho e já atuou em diversas cidades da região, inclusive Ibirubá. Também foi presidente da Fundação Universidade de Cruz Alta por seis anos e liderou o Fórum Estadual dos Coredes durante a pandemia.
Sobre a história dos Coredes, Visoto explicou: “Os Conselhos Regionais de Desenvolvimento são uma ferramenta que só o Rio Grande do Sul tem. Servem de elo entre o governo estadual e as regiões, para discutir onde investir. O Corede não escolhe nada sozinho. Nós só somos a ferramenta utilizada.” Segundo ele, os valores disponíveis para cada região são definidos pelo Estado, e as decisões sobre aplicação dos recursos são feitas em assembleias públicas com ampla participação comunitária.
O centro de acolhimento será o primeiro com abrangência regional no Alto Jacuí e poderá receber também crianças com deficiência. A obra já está em andamento e deve se tornar um marco na política regional de proteção à infância e juventude. “Não há estrutura com esse perfil na região. O centro vai dar dignidade e cuidado a quem mais precisa”, finalizou Beto.