
A criação de cinco novos cargos públicos pela Prefeitura de Ibirubá gerou acalorados debates na Câmara de Vereadores na noite de segunda-feira (25). O projeto acabou aprovado por 6 votos a 5, após empate inédito na atual legislatura e voto de minerva do presidente Diogo Bandarro Nogueira (PL). A medida foi criticada pela oposição, que denunciou suposto favorecimento político na criação do cargo de mecânico.
O projeto, de autoria do Executivo, previa a criação de três vagas para agente administrativo, uma para zelador e uma para mecânico. Enquanto a base governista argumentou sobre a necessidade dos cargos, principalmente diante da ampliação dos serviços públicos, vereadores da oposição questionaram a inclusão do cargo de mecânico, apontando indícios de que a nomeação beneficiaria o segundo colocado no concurso vigente, — figura ativa na campanha da atual administração e crítico contundente do antigo governo formado por Progressistas, Republicanos e PT.
A vereadora Gesmari Jandrey (Progressistas) foi categórica ao justificar seu voto contrário. “Nós fomos à oficina e vimos que já há dois mecânicos trabalhando em condições precárias. A estrutura está sucateada. A prioridade agora deveria ser reestruturar aquele espaço. Depois, se necessário, ampliar a equipe”, afirmou em plenário. Em entrevista à reportagem, ela reforçou: “O cargo de mecânico também foi promessa política. Todo mundo sabe quem era o Vande (Vanderlei de Almeida) na eleição. Ele ofendeu famílias. Me senti pessoalmente atingida como mãe e mulher” frisou.
André Ferreira, o Canja (Progressistas), leu em plenário um suposto print de conversa que, segundo ele, comprova que o cargo estava sendo prometido desde dezembro. “O Ministério Público vai ficar interessado. A mensagem diz que ele está esperando a nomeação porque foi prometido que seria chamado de mecânico”, declarou.
Já a vereadora Letícia Rockenbach Bronstrup (Progressistas) também votou contra, argumentando que não há estrutura na oficina para receber um novo servidor. “Hoje tem dois mecânicos lá e não têm ferramentas adequadas. Não vejo necessidade de mais um mecânico neste momento.”
Do lado da situação, o vereador Cristiano Pinheiro (MDB) defendeu o projeto e criticou gestões anteriores. “Herdamos uma oficina sucateada. O novo servidor vai atuar na manutenção preventiva e gerar economia frente à terceirização excessiva do passado”, afirmou.
O presidente Diogo Bandarro Nogueira (PL), ao desempatar a votação, destacou que sua decisão seguiu critérios legais. “Cabe à presidência garantir o andamento dos trabalhos conforme o regimento”, declarou. Outros vereadores da base, como Gabriel de Jesus (PL) e Eduardo Artmann (PL), destacaram que todos os cargos serão preenchidos por concurso público vigente.
O projeto foi aprovado com cinco votos favoráveis, cinco contrários, e o voto decisivo de Diogo. A discussão revelou tensões entre os blocos políticos e reacendeu memórias de embates eleitorais.