
Nossa reportagem teve acesso ao Arquivo Morto da Prefeitura Municipal de Ibirubá, um local que abriga documentos financeiros e administrativos acumulados ao longo de décadas. Escondido nos fundos das instalações da Secretaria de Educação, o espaço reflete um estado de total abandono e apresenta desafios para a preservação histórica e jurídica do município.
O secretário Jair Luiz Scortegagna, responsável pela Secretaria da Fazenda, guiou a visita e compartilhou sua perspectiva sobre o cenário encontrado. “Essa é uma situação que me causa tristeza. Estamos lidando com um volume significativo de documentos condenados, deteriorados pela ação do tempo e pelo descaso. O local é insalubre e precisa de uma intervenção urgente,” afirmou.
Jair, que iniciou sua trajetória no serviço público em 1979 e acumula mais de 40 anos de experiência, destacou a gravidade das condições. “Quando cheguei, encontrei um ambiente com cheiro forte, presença de animais como gatos, e pilhas de documentos sem qualquer organização. Isso compromete não só a segurança das informações, mas também a integridade da memória administrativa do município.”
Entre os arquivos deteriorados, há documentos contábeis e projetos sensíveis, fundamentais para a prestação de contas e planejamento futuro. “Essa documentação não pode ser descartada de forma indiscriminada. Uma comissão será formada para avaliar item por item e garantir que nenhum material importante seja perdido ou que o município sofra prejuízo jurídico no futuro,” explicou o secretário.
Preservação digital: Caminho para o futuro
Diante da situação, a Prefeitura já deu início ao processo de digitalização de parte do acervo. “O cadastro municipal está parcialmente digitalizado, mas precisamos avançar muito. Estamos investindo em informatização para reduzir o uso de papel e garantir que essas informações estejam disponíveis de forma segura e acessível,” destacou Jair Luiz Scortegagna.
Ele também mencionou que a Secretaria da Fazenda implementou um sistema digital para empenhos e prestação de contas desde janeiro, eliminando gradativamente o uso de papéis. “Essa mudança traz eficiência e preserva os registros históricos, reduzindo o risco de perda.”
Relíquias do passado
Além dos documentos, o Arquivo Morto também abriga equipamentos antigos, como máquinas de escrever e calculadoras de contabilidade, que poderiam estar em um museu. “Esses itens contam a história do trabalho administrativo de Ibirubá. É uma pena vê-los abandonados assim, pois poderiam enriquecer o patrimônio cultural da cidade,” pontuou Jair.
Próximos passos
A administração municipal planeja reorganizar o espaço e assegurar a preservação dos documentos históricos. Uma sala mais adequada será preparada, e o material digitalizado estará disponível para futuras consultas. “É um trabalho complexo, mas necessário. Estamos empenhados em modernizar o sistema e proteger o legado administrativo de Ibirubá,” concluiu Jair Luiz Scortegagna.
Com essas ações, a Prefeitura de Ibirubá busca transformar um cenário de abandono em uma oportunidade para resgatar e preservar sua história, além de garantir a segurança e a acessibilidade das informações essenciais para a gestão pública e a comunidade