24 de julho, 2023 10h07m Colono e Motorista por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

A formação da Colônia General Osório

Este texto resume uma pesquisa de longa duração realizada pelo bibliotecário e documentalista Jorge Gonçalves Ferreira e pelo historiador João Vitor Sand,

Este texto resume uma pesquisa de longa duração realizada pelo bibliotecário e documentalista Jorge Gonçalves Ferreira e pelo historiador João Vitor Sand, cujo trabalho de conclusão de curso, intitulado “Uma Colônia com um futuro extraordinário: a atuação da Empresa Colonizadora Serafim Fagundes & CIA, na região do planalto rio-grandense (1898-1904)”, foi defendido na Universidade de Passo Fundo em 2021. Essa pesquisa atualiza a historiografia do município de Ibirubá, no Rio Grande do Sul, em relação à formação da Colônia General Osório.

A formação e ocupação da Colônia General Osório, localizada em Ibirubá, Rio Grande do Sul, remonta ao final do século XIX, durante o governo republicano. Nessa época, várias iniciativas governamentais e privadas de colonização estavam em andamento na região, conhecidas como “Colônias novas”. Destacam-se a Colônia Ijuí, um projeto público, e a Colônia Neu-Württemberg, empreendida pela Empresa Colonizadora Dr. Herrmann Meyer, de capital estrangeiro.
A Colônia General Osório foi estabelecida pela Empresa Colonizadora Serafim Fagundes & CIA, fundada em 1898. Seus sócios eram o Coronel Serafim Fagundes da Fonseca, o advogado Diniz Dias Filho e José Annes Dias. Além de comprar e vender terras para colonização, a empresa também se envolvia no comércio de madeira e produtos industriais. Sua intenção era não apenas vender lotes para os colonos, mas também fornecer materiais de construção e outros produtos necessários para o desenvolvimento da colônia.


Enquanto Diniz Dias Filho, advogado e ex-deputado estadual pelo Partido Liberal, designou seu irmão José Annes Dias para a gerência da empresa, o Coronel Serafim Fagundes da Fonseca, embora não ocupasse uma posição oficial na empresa, contribuiu com seu nome, posição social e influência política local, facilitando a aquisição de terras e agilizando os processos.

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A Colonizadora adquiriu terras de particulares em Passo Fundo, Jaguarão e Cruz Alta entre 1898 e 1899, na margem esquerda do Rio Jacuí. Posteriormente, em 1904, após a fundação da Colônia General Osório e a chegada de famílias de outras colônias, a empresa negociou com o governo estadual a aquisição de mais 12.421 hectares de terras públicas próximas à colônia.


Para delimitar os terrenos da Colônia General Osório, o agrimensor Hjalmar Tufvesson foi enviado, com a assistência de Erhardt Mertel e Peter Nicknich. A existência de serrarias e outras indústrias de beneficiamento próximas à sede da colônia indicava a presença de moradias pré-existentes, adquiridas juntamente com as terras, bem como construções erguidas pelos próprios colonos. O agrimensor considerou a área extremamente fértil devido ao clima favorável e à proximidade dos rios e córregos, prevendo um “futuro extraordinário” para a Colônia.
Após a morte de Serafim Fagundes da Fonseca em 1904 e a dissolução da Empresa Colonizadora Serafim Fagundes & CIA, os sócios remanescentes, José Annes Dias e Diniz Dias, formaram a Empresa Colonizadora Dias & Dias, que tinha os mesmos objetivos da empresa anterior. Com a morte de Diniz Dias em 1909, considerado o verdadeiro fundador da Colônia General Osório, seu filho, também chamado Diniz Dias, formou a Empresa Colonizadora Dias & Sobrinho em parceria com seu tio José Annes Dias, assumindo a administração da colônia.
A Colônia General Osório não recebeu muitos imigrantes diretamente, mas sim seus descendentes, a partir da segunda geração. Em 1926, das 500 famílias instaladas na colônia, 91,8% eram provenientes de antigas colônias alemãs, 3,3% de colônias italianas, 4,2% de colônias da região do Alto Jacuí e 0,7% eram imigrantes alemães. A colônia acolheu os descendentes desses imigrantes alemães a partir da segunda geração, cerca de 30 a 40 anos após a imigração.
Devido ao notável progresso, em 1914 a Colônia General Osório foi elevada à condição de 7º Distrito de Cruz Alta, abrangendo uma área de aproximadamente 150 quilômetros quadrados. Com o passar dos anos, mudou de nome, primeiro para General Câmara em 1938 e, posteriormente, em 1939, recebeu o nome de Ibirubá. Em 1954, Ibirubá se emancipou politicamente do município ao qual pertencia, tornando-se um município independente por meio da Lei 
 

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