No programa "Baú do Esporte" da Rádio Cidade o convidado especial foi Gustavo Holz Dillschneider, mais conhecido como Gustavinho. Nascido na década de 80, Gustavinho tem uma história no futebol que, apesar de ter sido interrompida precocemente, deixou marcas profundas no esporte regional. Ao relembrar sua trajetória, ele nos leva a uma jornada de nostalgia, conquistas, e a constante busca pelo sonho de se tornar um jogador profissional.

Gustavinho nasceu em Santo  Ângelo, mas sua família mudou para Ibirubá quando ele ainda era pequeno. Seu pai, Camilo, engenheiro mecânico, foi contratado para trabalhar em Vence Tudo. A mãe, Duznelda é formada em Educação Física pela UFSM. Foi na Escola Santa Terezinha que ele iniciou seus estudos e, logo cedo, desenvolveu uma paixão pelo esporte. Ainda criança, Gustavinho começou a treinar na escolinha da ASIF, sob a orientação do professor Luiz, ao lado de colegas que viriam a se destacar no cenário esportivo local.
Início no Futsal e o Sonho do Futebol
Seu primeiro contato com o esporte foi no futsal, onde rapidamente se destacou como ala direita. No entanto, o talento de Gustavinho logo chamou a atenção, e ele recebeu um convite para jogar pelo estadual em Passo Fundo. Foi nesse momento que ele percebeu que o sonho de ser jogador profissional não era tão distante.
Com cerca de 10 anos, Gustavinho começou a transitar para o futebol de campo, onde jogou na Geração 2000, comandada por Ary dos Santos, o Garrincha, um projeto local que revelou muitos talentos. Aos 12 anos, ele passou a atuar em categorias superiores, jogando com jogadores mais velhos e desenvolvendo suas habilidades.

O caminho até o Grêmio
Em 2002, após se destacar em um torneio em Flores da Cunha pela Juventude de Ibirubá, Gustavinho foi levado para fazer um teste no Grêmio, um dos maiores clubes do país. Aprovado, ele mudou para Porto Alegre, onde iniciou sua jornada nas categorias de base do clube. Embora o Grêmio tenha sido um momento financeiro delicado, Gustavinho dividiu um apartamento com outros atletas, recebendo apoio financeiro de seus pais e de amigos, como Telmo Pedrinho Prass, que ajudou a intermediar sua entrada no clube.
No entanto, mesmo jogando ao lado de atletas que viriam a se destacar, como o goleiro Cássio (ex-Corinthians), Gustavinho sofreu dificuldades. Com uma estrutura física mais frágil e muita concorrência, ele acabou não sendo aproveitado pelo clube no final de 2002, o que o levou a retornar para sua cidade natal.

Ascensão no Caxias e Juventude
Mesmo com a decepção da saída do Grêmio, Gustavinho não desistiu. Em 2003, ele foi convidado a integrar a equipe do Caxias, onde teve um ano excelente, jogando o clássico Caju e se destacando como um dos melhores jogadores da equipe. Seu desempenho atraiu a atenção do rival Juventude, que o contratou no ano seguinte.
Na Juventude, Gustavinho viveu o auge de sua carreira. Jogando ao lado de grandes nomes como Doni e Índio, ele disputou três títulos consecutivos no Campeonato Gaúcho Sub-20, enfrentando rivais de peso como Grêmio e Internacional. Embora tenha treinado com o elenco profissional, as oportunidades no time principal foram limitadas.

Fim do sonho e novos caminhos
Após algumas passagens por clubes menores, como o Ulbra, e enfrentando dificuldades para se firmar no futebol profissional, Gustavinho retornou ao Ibirubá e passou a jogar em campeonatos municipais. Vestiu a camisa do Vila Nova, Revelação, São José,  do Grêmio Esportivo Ibirubá e outros tantos clubes. Ainda que o sonho de brilhar nos grandes palcos do futebol não tenha se concretizado, ele relembra com carinho sua trajetória e as lições que o esporte lhe proporcionou.
Hoje, Gustavinho confirma que, além das conquistas no campo, o apoio da família e o incentivo ao estudo foram fundamentais para sua formação. Atualmente ele atende na clínica Osteo Saúde Física & Mental, Osteopatia Adulto e Pediátrica e Pilates, especialista nas áreas de Psicoterapia e Neuromodulação.