31 de Maio, 2024 09h05mIFRS IBIRUBÁ por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Greve nas universidades e institutos federais impacta o IFRS de Ibirubá

Ressalta-se que a suspensão não implica no cancelamento do calendário acadêmico

A greve é uma resposta à falta de diálogo e ao descaso com as necessidades dos servidores e estudantes. A situação em Ibirubá reflete um cenário nacional de insatisfação e luta por melhores condições de trabalho e estudo.

As Universidades Federais e os Institutos Federais seguem em greve, afetando 59 universidades federais e 560 unidades da rede federal de educação. Em Ibirubá, o IFSul também aderiu à greve e está paralisado desde o dia 15 de Abril, causando preocupação entre pais e alunos, que terão que recuperar as aulas perdidas durante a paralisação.
A greve foi motivada por uma série de reivindicações dos servidores, entre elas a recomposição salarial, a reestruturação da carreira dos técnicos administrativos, a ampliação dos orçamentos dos institutos e a revogação de portarias do governo anterior que ferem a autonomia da educação federal.
Raquel Lorenzini Alberti, professora e membro do comitê de greve do Campus Ibirubá, explicou a situação: "Nossa greve é nacional e foi construída coletivamente pelos sindicatos da educação desde o ano passado. Nossa pauta está fundamentada em quatro pontos principais: recomposição salarial, reestruturação da carreira dos técnicos administrativos, ampliação dos orçamentos e a revogação de portarias que ferem a autonomia da educação federal. Nos governos de Temer e Bolsonaro, não houve nenhuma reposição salarial, ficando sem aumento por todo esse período. Não estamos pedindo aumento salarial, mas sim a reposição da inflação."
Luiz Felipe Kopper da Silva, também do comitê de greve, comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelos servidores: "Quando entrei na carreira em 2012, o piso equivalia a 2,8 salários mínimos; hoje é praticamente um salário e meio. Além disso, enfrentamos cortes no orçamento que dificultam a manutenção da qualidade de ensino, afetando desde a compra de insumos para laboratórios até a atualização de bibliotecas. A cada ano, o orçamento é encurtado, e temos que sobreviver com recursos insuficientes para manter nossa infraestrutura."
Silvani Lopes Lima destacou a importância da assistência estudantil: "As bolsas de assistência são fundamentais para os alunos do ensino médio integrado, que não conseguem trabalhar fora devido à carga horária integral. Com o orçamento encurtado, estamos vendo uma redução significativa na assistência estudantil, o que ameaça diretamente a permanência dos alunos. Sem esse apoio, muitos estudantes não terão condições de continuar seus estudos aqui."
A professora Raquel complementou sobre a infraestrutura dos institutos: "Precisamos de melhorias em nossas infraestruturas, como laboratórios, ar condicionado, materiais para pesquisa, ampliação de espaços e compra de equipamentos. A situação é crítica, e muitas aulas práticas não podem ser realizadas devido à falta de insumos. Além disso, nosso micro-ônibus está desativado por falta de motorista, prejudicando as visitas técnicas que são essenciais para a formação dos nossos alunos."
A greve é uma resposta à falta de diálogo e ao descaso com as necessidades dos servidores e estudantes. A situação em Ibirubá reflete um cenário nacional de insatisfação e luta por melhores condições de trabalho e estudo. "A educação não pode ser tratada de forma esparsa; precisamos de um projeto consistente para o país", concluiu Raquel.
A gestão do campus assegurou o pagamento das bolsas de ensino, pesquisa, extensão e indissociáveis, além da manutenção dos serviços essenciais à Instituição, em conformidade com a legislação vigente. Ressalta-se que a suspensão não implica no cancelamento do calendário acadêmico, sendo que as atividades letivas serão recuperadas quando a greve for finalizada.
 

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