
O primeiro mês de 2025 se despede com índices de precipitação muito abaixo do esperado no Rio Grande do Sul, agravando as preocupações dos produtores rurais e impactando diretamente as lavouras de soja da safra verão 2024/2025. Dados meteorológicos mostram que janeiro deste ano foi um dos mais secos das últimas quatro décadas na região, com volumes de chuva insuficientes para manter o desenvolvimento adequado das culturas.
Em Ibirubá, a Estação Climática Hiperlocal da FieldPro, localizada em Alfredo Brenner, registrou um acumulado de apenas 63,3 mm de chuva ao longo do mês. O índice é muito inferior ao necessário para garantir boas condições de crescimento das lavouras, sendo que algumas áreas do município receberam volumes ainda menores, evidenciando a irregularidade das precipitações.
Situação semelhante ocorreu em Colorado, onde o agricultor Vilson Kaiper registrou 99 mm de chuva ao longo do mês. Esse índice coloca janeiro de 2025 entre os sete meses de janeiro mais secos dos últimos 40 anos na região. A média histórica para o período é de 200 mm, o que mostra um déficit significativo de precipitação. Entre os anos mais críticos estão 2023, com apenas 58 mm, e 2013, com 51 mm. O janeiro mais chuvoso registrado foi o de 2001, quando a precipitação atingiu impressionantes 437 mm.
A escassez de chuva já causa impacto direto nas lavouras, principalmente nas áreas de produção de soja, onde a falta de umidade pode comprometer a produtividade. Além disso, as previsões climáticas para fevereiro não são animadoras. A tendência é de temperaturas acima dos 40°C antes da chegada de novas precipitações, o que pode agravar ainda mais os prejuízos no campo.
Impacto na economia
A crise hídrica também reflete no aumento do número de municípios gaúchos em situação de emergência. Atualmente, 40 cidades já decretaram emergência, número que deve crescer nas próximas semanas caso o padrão climático se mantenha desfavorável.
A variação nos volumes de chuva ao longo das décadas está diretamente relacionada a fenômenos meteorológicos como El Niño e La Niña, que influenciam os padrões de precipitação e temperatura no Estado. O cenário de seca extrema reforça a necessidade de estratégias de adaptação no agronegócio, como o uso eficiente da irrigação e práticas de manejo que minimizem os efeitos da estiagem.
Para os produtores rurais, fevereiro será um mês decisivo. O volume de chuvas precisa aumentar e ocorrer de maneira mais regular para evitar perdas ainda maiores na safra. Caso contrário, os impactos da seca poderão ser sentidos não apenas no campo, mas também na economia regional.