Um fato importante é a ausência de geada, que ainda não se manifestou para cobrir de branco os campos e coxilhas. A geada ocorre quando a temperatura do ar próximo ao solo atinge 0°C ou menos, formando cristais de gelo sobre superfícies. Há dois tipos principais de geada: a geada branca, que se forma diretamente em superfícies expostas, e a geada negra, que se forma quando a superfície está fria o suficiente para congelar a umidade condensada.
A estação mais fria do ano começou em 20 de junho, mas até agora não demonstrou todo o seu potencial. Pelo contrário, temos sentido é sim, muito calor.
O “veranico” de Maio, como chamamos este curto período de calor durante nosso Outono, se perdeu nessa confusão toda que o clima nos apresenta, Super El Niño, transição para o evento climático La Niña... enfim, adentramos o mês de Junho e então o “veranico” apareceu.
Mas um fato muito importante nos causa preocupação, em especial a nossa Geada, que ainda neste ano, não deu o ar da graça, não deu suas caras, cobrindo de branco nossos campos e coxilhas.
A geada é um fenômeno meteorológico que ocorre quando a temperatura do ar próximo ao solo atinge ou fica próximo a 0°C, a umidade presente no ar se condensa e forma pequenos cristais de gelo sobre superfícies como campos, folhas, plantas, objetos, etc. Esses cristais de gelo dão à paisagem uma aparência branca e gelada.
A geada pode ser classificada em dois tipos principais: Geada branca: forma-se quando a umidade no ar se condensa diretamente em forma de gelo sobre as superfícies expostas. Geada negra: ocorre quando a temperatura do ar não está suficientemente baixa para congelar a umidade diretamente, mas a superfície está suficientemente fria para congelar a umidade que condensa sobre ela, formando uma camada de gelo transparente ou escura.
A ocorrência de geada pode ser prejudicial para plantas e culturas sensíveis, uma vez que o congelamento dos tecidos vegetais pode danificar ou até mesmo matar as plantas. Porém, as geadas podem trazer alguns benefícios para a agropecuária gaúcha, principalmente em relação às culturas e pastagens. Aqui estão alguns pontos positivos:
Controle de pragas, doenças e ervas daninhas: As geadas podem reduzir a população de insetos e pragas que afetam as plantações e os animais, diminuindo a necessidade de uso de agroquímicos. Reduz a incidência de doenças, que habitam plantas voluntárias ou tigueras ou guaxas, que caso não controlado pelo frio intenso, precisa ser eliminada de forma química, evitando sua proliferação na próxima safra e consequentemente, reduzindo a probabilidade de que estas doenças se tornem mais resistentes. Ainda, reduzir a incidência da aplicação de herbicida nas lavouras para a eliminação de ervas daninhas, grande causador de perdas e elevação dos custos de produção nas lavouras de verão;
Quebra de dormência: Em algumas plantas, as geadas podem ajudar a quebrar a dormência das sementes, estimulando a germinação e favorecendo o ciclo de crescimento;
Melhoria na qualidade de pastagens: A incidência de geadas pode melhorar a qualidade das pastagens, promovendo um rebrote mais vigoroso e nutritivo para o gado;
Preparação para o inverno: Geadas leves podem ajudar na aclimatação das plantas e animais ao clima frio, preparando-os para invernos mais rigorosos.
É importante notar, que geadas muito severas e prolongadas podem também trazer prejuízos significativos para a agropecuária, danificando culturas sensíveis e colocando em risco o bem-estar dos animais. Também, que se ocorrerem de forma tardia, por exemplo no final do Inverno e Início da Primavera, pode trazer prejuízos relevantes para algumas atividades comumente exploradas no solo gaúcho, como Trigo, Aveia, Cevada, Canola, etc.
A tendência do clima, levando como base de análise, o tardamento no início do Outono e também do aparecimento do “veranico”, tendemos a crer que geadas tardias poderão ser esperadas. De pronto, podemos deduzir que as lavouras de trigo que ainda não foram cultivadas, devido ao excesso de chuva ou de dias chuvosos, poderão ser beneficiadas com este cenário, pois terão sua fase crítica fora do alcance e do risco da ocorrência deste fenômeno climático, proporcionando assim, boa produtividade.
Os modelos de previsão do tempo, indicam que este final de semana será com incidência de dias muito frios, com temperaturas mínimas marcando entre 0°C e 1°C, onde podemos esperar sim, a ocorrência da geada, tão esperada e benéfica neste período.
O próximo mês de julho, indica cenário de chuvas ou períodos de tempo fechado e precipitações mais intensas na primeira quinzena do mês. Redução dos níveis e volumes de chuva serão percebidos na segunda metade de julho. Teremos neste mês, pelo menos dois grandes períodos de frio intenso e que podem trazer novamente a ocorrência da geada.