09 de Junho, 2025 09h06mEsporte em Destaque por Jardel Schemmer- Repórter Rádio Cidade 104.9

Gilson Freiberg conquista 3º lugar no Brasileiro de Bolão e faz apelo por mais incentivo ao esporte

Atleta de Ibirubá representou o União Forquetense de Caxias do Sul e pede que o bolão volte a ter espaço

Aos 61 anos, com mais de 40 anos de dedicação ao bolão, Gilson Ervino Freiberg celebrou a conquista do 3º lugar no Campeonato Brasileiro da Melhor Idade, disputado em São Martinho, mas aproveitou a visibilidade do resultado para defender o retorno de competições locais, a valorização do esporte e o apoio do poder público na formação de novos praticantes.

Aos 61 anos, Gilson Freiberg se tornou exemplo de longevidade esportiva, disciplina e amor por uma modalidade que já movimentou clubes, associações e comunidades inteiras no interior do estado: o bolão. Representando o União Forquetense, de Caxias do Sul, ele conquistou no início de junho o 3º lugar no Campeonato Brasileiro da Melhor Idade, disputado em São Martinho (RS), entre os dias 29 de maio e 1º de junho.
“Estar entre os três melhores do país é algo que ainda estou assimilando. Foi uma emoção imensa. A gente não ganha sozinho — essa medalha é fruto de muita dedicação, da confiança do time de Caxias e, claro, da caminhada de toda uma vida no esporte”, disse Gilson, com voz firme e emocionada. “Foi um campeonato com altíssimo nível técnico. Perdemos o vice por apenas dois pinos. Foram quatro dias intensos, com disputas acirradas contra grandes equipes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.”
O campeonato, voltado a atletas com 59 anos ou mais, contou com as melhores equipes da modalidade no Brasil. A final, no dia 1º de junho, teve como campeã a equipe da casa, São Martinho. A vice ficou com um time catarinense e a Forquetense, reforçada por Gilson, garantiu o bronze em uma disputa decidida nos mínimos detalhes.
“Cada arremesso era um teste de nervos. A pontuação apertada mostrou como todos os atletas estavam preparados. E eu tive a alegria de ser um dos ponteadores da minha equipe na final. Levei o nome de Caxias, mas também levei junto o nome de Ibirubá, da nossa região, de todos os amigos e colegas que me apoiam há anos.”
Gilson iniciou no bolão ainda jovem e por oito anos defendeu a equipe de Não-Me-Toque em torneios estaduais. Ao longo dessa jornada, criou laços com jogadores de toda a região, o que acabou despertando o interesse da equipe de Caxias, que o convidou para o Brasileiro. Segundo ele, as equipes que disputam competições de alto nível estão sempre observando os destaques de outros clubes. “Hoje em dia, existe uma rede informal de observação. Quando um jogador se destaca em torneios regionais, estaduais, é comum ser convidado a reforçar equipes em campeonatos maiores.”
Apesar da conquista, Gilson se mostrou preocupado com o cenário local do esporte. Em sua fala mais enfática, fez um apelo direto ao poder público e às lideranças municipais: “O bolão em Ibirubá praticamente parou. Nós já tivemos equipes organizadas, jogamos campeonatos estaduais, tínhamos estrutura e apoio. Hoje falta tudo: falta pista em funcionamento, falta incentivo, falta vontade política. O que peço não é nada fora da realidade. É possível criar um calendário de torneios, revitalizar espaços, organizar campeonatos intermunicipais. Basta vontade.”
O atleta defende que o bolão pode ser mais do que um esporte da melhor idade. Para ele, há potencial para incluir os jovens e formar novas gerações de atletas. “Se o poder público investe em futsal, vôlei, ciclismo, por que não no bolão? Com pouco investimento, é possível trazer vida nova a essa prática. O esporte transforma. Ele une, integra, gera saúde e disciplina. Eu sou a prova viva disso. Nunca parei de praticar e isso me dá qualidade de vida até hoje.”
Gilson lembrou ainda que o símbolo oficial do bolão no Rio Grande do Sul é “o esporte da amizade”. Para ele, essa definição não poderia ser mais precisa. “Eu fiz amigos em toda parte. De Passo Fundo a Caxias, de Não-Me-Toque a São Martinho. O bolão tem um poder incrível de aproximar as pessoas. É um esporte acolhedor, onde todos se sentem parte de algo. E isso precisa ser oferecido também à juventude.”
Ao final da entrevista, Gilson fez questão de agradecer aos colegas do União Forquetense — especialmente ao capitão Inácio, a colegas como Ali, Jordano e Nino — e reforçou sua disposição em contribuir para que o bolão seja revitalizado em Ibirubá. “Tenho orgulho do que conquistei. Mas mais do que um troféu, quero deixar um legado. Se puder ajudar a montar uma equipe, organizar um torneio, conversar com a prefeitura, estou à disposição. Só não podemos deixar o bolão morrer. Esse esporte merece continuar vivo.”

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