24 de junho, 2022 20h06m Colunistas

Coluna Diego Franzen - O CONDE CAGLIOSTRO

Um dos personagens mais emblemáticos do século XVIII, sobre os quais ainda contam-se lendas e fatos, o Conde Cagliostro ainda é um elemento que mexe com a imaginação de muita gente.

Nascido em Palermo em 1743, Giuseppe Giovanni Battista Vincenzo Pietro Antônio Matteo Bálsamo ou simplesmente Alessandro Cagliostro, como ele adotou posteriormente, era conhecido como um personagem de teorias de conspiração da época.

Bruxo, astrólogo, sendo capaz de prever datas e eventos políticos e coletivos com precisão, também era conhecido como alquimista e ocultista.

Houve um momento em que Cagliostro foi uma figura extremamente popular na França, idolatrado em Paris.

Porém, houve um momento em que toda sua credibilidade foi colocada em xeque, em um dos casos mais emblemáticos da época, o “Caso do Colar”, onde foi acusado de estar envolvido diretamente em uma conspiração para o furto de uma jóia de propriedade da rainha Maria Antonieta.

Segundo consta no processo, o cardeal de Rohan teria se apaixonado por Maria Antonieta, mulher de Luís XVI de França.

A condessa Jeanne de Valois de la Motte e Cagliostro teriam convencido o cardeal de que teriam meios de fazê-lo cair nas boas graças da rainha.

Maria Antonieta desprezava Rohan desde que sua mãe, a imperatriz Maria Teresa de Áustria, dera em Versalhes a notícia da vida dissoluta e dos gastos que o cardeal fazia em Viena.

Rohan fora demitido de embaixador por intervenção da rainha, mas o cardeal acreditava que sua paixão seria correspondida. Rétaux de Villette, amante da condessa, forjou cartas assinadas pela rainha e endereçadas ao cardeal. Combinaram uma entrevista noturna, num bosque, com uma prostituta, Nicole d'Oliva, que muito se assemelhava fisicamente com a rainha.

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O cardeal julgou ser a rainha e lhe emprestou 150 mil libras.

Mais tarde, a prostituta lhe pediu novos empréstimos, além de que servisse de intermediário entre ela e os joalheiros Boehmer e Bossange na compra de um colar de diamantes no valor de 1,5 milhão de libras, o qual ela desejava ter, mas em segredo, para não alarmar o rei.

Os joalheiros também foram contactados com um pedido para que entregassem o colar a Jeanne para que esta o transmitisse à rainha. Rohan aceitou servir de intermediário na transação, chegando o colar às mãos da condessa de La Motte, que o vendeu em Londres com o auxílio do seu marido.

Quando a fatura dos joalheiros chegou ao palácio real, tudo foi descoberto, e o rei Luís XVI mandou prender o cardeal Rohan, Cagliostro, a condessa e seus cúmplices, num total de quinze pessoas.

Cagliostro foi preso na Bastilha por 6 meses, até que foi apurada sua inocência. Foi um dos homens mais caluniados da História Moderna.

Depois de tentar fundar uma Loja Maçônica em Roma, foi perseguido pela Inquisição até que em 1791 foi condenado à morte, tendo o Papa comutado a pena para a prisão perpétua, no Forte de San Leo, acusado de heresia e bruxaria. Ali mesmo, faleceu aos 52 anos de idade.

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