05 de Maio, 2025 09h05mAgronegócio por JORNALISTA CRISTIANO LOPES

Cruz Alta poderá receber usina bilionária de biodiesel fruto da união de três cooperativas

Projeto da SOLI3, união de três grandes cooperativas, prevê geração de empregos e aumento de receitas com ICMS a partir de 2028

Cruz Alta está próxima de receber um dos maiores investimentos de sua história recente com a proposta de implantação de uma usina de biodiesel pela SOLI3, uma cooperativa central formada pela união da Cotrijal, Cotripal e Cotrisal. O projeto, que será analisado pela Câmara de Vereadores  promete movimentar R$ 1,25 bilhão em investimentos privados, com previsão de início da obra em 2026.

Com capacidade para processar 1 milhão de toneladas de soja por ano, a planta industrial ocupará 140 hectares e pode alcançar um faturamento de R$ 2,2 bilhões anuais, com arrecadação projetada de R$ 201,9 milhões em ICMS nos primeiros cinco anos. O governo municipal propõe incentivos fiscais como isenção de R$ 303 mil em ITBI e R$ 16,5 milhões em ISSQN, durante a fase de construção entre 2026 e 2028. A contrapartida exigida é o cumprimento de metas de geração de empregos, sob fiscalização da Coordenadoria Municipal de Desenvolvimento Econômico.
Durante a construção, o projeto deve empregar cerca de mil pessoas, e, com a operação, gerar mais 150 empregos diretos e 500 indiretos. A prefeita Paula Rubin Facco Librelotto (MDB), ao lado do vice-prefeito Moacir Júnior (PP) e dos deputados Rafael Braga (MDB) e Pedro Westphalen (PP), defende que os incentivos são estratégicos, estimando retorno superior às renúncias fiscais, com ganho acumulado de R$ 188,2 milhões em ICMS entre 2028 e 2032.
A proposta segue normas da Lei Complementar 116/03 e da Lei de Responsabilidade Fiscal. O cumprimento de metas fiscais e a cobertura orçamentária foram atestados por pareceres técnicos.

Origem do investimento ainda não foi detalhada pela cooperativa recém-criada
Embora o projeto da usina prometa transformar Cruz Alta, ainda não está claro de onde virão os R$ 1,25 bilhão anunciado no projeto encaminhado para a Câmara. A cooperativa central foi formalizada em outubro de 2024, com sede em Panambi e sem capital social declarado em seu CNPJ. Com menos de um ano de existência e sem histórico financeiro público, a entidade ainda não divulgou como pretende financiar um dos maiores empreendimentos da região.
A SOLI3 é formada pela união de três cooperativas consolidadas — Cotrijal, Cotripal e Cotrisal — o que sugere que o aporte pode vir das fundadoras ou de linhas de crédito junto a instituições como o BNDES ou BRDE. No entanto, o projeto de lei enviado à Câmara de Vereadores não apresenta um plano financeiro detalhado, nem comprovação de capacidade de investimento imediato.

Cooperativas fundadoras têm histórico sólido e presença regional expressiva
Diante das renúncias fiscais previstas, a transparência sobre o modelo de capitalização da SOLI3 será essencial para garantir segurança jurídica ao município e evitar riscos futuros com um projeto ainda em fase inicial de estruturação
Apesar da recente criação da SOLI3, as cooperativas que formam sua base — Cotrijal, Cotrisal e Cotripal — são reconhecidas pela solidez financeira e forte presença no agronegócio gaúcho. 
A Cotrijal, com sede em Não-Me-Toque, é a única com sede na região do Alto Jacuí. É uma das maiores cooperativas do Brasil e promotora da Expodireto. A Cotripal, sediada em Panambi, atua em diversos ramos, incluindo supermercados, postos de combustível e beneficiamento de grãos. Já a Cotrisal, com sede em Sarandi, tem trajetória consolidada no comércio agrícola e prestação de serviços técnicos. Nossa reportagem procurou a prefeita Paula Facco Librelotto para detalhar o anúncio, mas ela informou que só vai se manifestar após o anúncio oficial por parte da SOLI3. Em contato com a Central de Cooperativas, não recebemos o retorno sobre quando será o anúncio oficial  do investimento e das operações da futura indústria de biodiesel.

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