Em Ibirubá, Sérgio dos Santos, carinhosamente chamado de Serginho, é uma figura que transcende o comum. Este homem multifacetado, além de ser um exímio músico, já foi um jogador de futebol notável em sua cidade natal. Sua jornada é um exemplo de como paixões e talentos podem se entrelaçar ao longo da vida de alguém.
Serginho é uma figura quase exótica, que transcende a comunidade de Ibirubá. Ele é a personificação de alguém cuja vida é um mosaico de paixões, talentos e contribuições valiosas. De jogador de futebol renomado a músico talentoso, a jornada de Serginho é um testemunho de como paixões podem moldar uma vida de maneiras surpreendentes. Sua carreira no futebol abrangeu times como o Juventude, São José, Vila Nova e Florestal. Sérginho não era apenas mais um jogador; ele era um protagonista em campo, conquistando títulos memoráveis e, em um lance lendário, um gol do meio de campo, aquele que Pelé não fez.
Mas a vida de Sergio não se restringiu ao gramado. Antes de seu sucesso como músico, ele desempenhou papéis diversos na comunidade. Trabalhou na Cotribá e também serviu como garçom em seus dias de solteiro. Sua versatilidade e dedicação o tornaram um protagonista da vida local."É uma satisfação muito grande contar um pouco pouquinho do que foi o Serginho no futebol, se eu ficar aí dois dias não vou conseguir contar tudo, mas um pouquinho de cada a gente vai tentar passar para quem não conhece ainda." Em sua entrevista, Sérginho destacou suas origens na Linha Pulador Sul, lembrando de seu pai, Armando Santos, e sua mãe, Maria Margarida dos Santos. Ele descreveu como sua família chegou a Ibirubá, onde se estabeleceram, e como essas raízes são profundas em sua identidade. Sérginho também compartilhou memórias de sua trajetória no futebol, incluindo seus primeiros passos no Colégio Edmundo Roewer. Ele mencionou os nomes de professores que o influenciaram, como o Professor Adilson, conhecido como Grilo, e o saudoso Pedrão de Quinze de Novembro. "Os anos 70 foram uma época maravilhosa para mim. Na década de 80, comecei a jogar e tive a sorte de fazer parte de grandes equipes", refletiu. Ele compartilhou histórias sobre suas conquistas no JERGS (Jogos Escolares), onde enfrentou equipes de cidades vizinhas, sempre deixando sua marca.
Ele mencionou jogadores que compartilharam o campo com ele, incluindo nomes como Adriano Nicolodi, Marcos Ferraz, Altemir Vogel e Paulo Gaúcho, destacando como essa geração de jogadores contribuiu para o sucesso. Ele também lembrou de seu tempo no Quartel e seu sonho de jogar profissionalmente. Ele revelou que teve a oportunidade de fazer um teste no Guarani de Cruz Alta, mas um infortúnio o impediu de seguir essa rota.
Após esse revés, ele continuou a brilhar em times locais, como o São José e o Juventude, alcançando muitos títulos. "Chegamos a ganhar campeonatos e marcar presença nas competições. Era um período de boas conquistas ", disse Serginho, lembrando a importância da união da equipe. Ele também revelou que teve a oportunidade de jogar em Santa Maria, onde conquistou um impressionante segundo lugar no JERGS. Em sua jornada pelo futebol, Sérginho descreveu como a paixão e a dedicação à arte de jogar eram a força motriz. "No campo, era onde eu me sentia completo. Eu era um dos que fazia o 'vai e vem', marcando, recuperando a bola e impulsionando o time", explicou, enfatizando como o futebol era diferente naquela época, com o foco na movimentação e na versatilidade dos jogadores.
Ele também compartilhou uma história memorável sobre um jogo em campo de barro, no qual o Escurinho, um dos melhores meias que Ibirubá teve, mostrou seu talento ao jogar embaixo de uma forte chuva sem sujar o fardamento.Em sua trajetória no São José, Serginho participou de um momento histórico em que o time venceu a segunda divisão em uma emocionante final contra o Cruzeiro de Alfredo Brenner no campo do Juventude. Ele descreveu como o técnico Tio Zito estava determinado a levar a equipe à vitória, e assim o fizeram. Serginho jogou no time principal do São José e contribuiu em temporadas de muito sucesso, no auge da rivalidade com o Florestal.
A conversa se estendeu para sua passagem pelo Esporte Clube Pulador, onde ele se juntou a jogadores talentosos, como o Polaco, Nena, Pacheco e outros. Essa experiência, embora não tenha resultado em um campeonato, foi outra parte importante de sua jornada esportiva.
Sérginho compartilhou ainda que jogou pelo Clube Atlético Bangú, mostrando como sua paixão pelo futebol o manteve ativo em várias equipes na cidade. Ele destacou que, embora houvesse rivalidade em campo, fora dele todos eram como irmãos, unidos pela paixão pelo futebol e a amizade. Em suas próprias palavras, "Ibirubá é o meu lar, onde as memórias e as histórias são feitas. Sou eternamente grato por ter tido a oportunidade de contribuir para esta comunidade, seja no futebol ou na música. Minha vida é um reflexo de tudo o que esta cidade representa: paixão, unidade e um amor profundo pelo esporte e pela música" finaliza. Atualmente Sergio é auxiliar de cozinha e nas horas de folga atua na dupla musical com a atal companheira Luciana. O casal realiza apresentações em bares e festas com repertório sertanejo e muita animação.