No especial desta semana do "Baú do Esporte", relembramos a trajetória de Abel Santos, um dos ícones do futebol amador de Ibirubá na década de 70. Com carinho e nostalgia, Abel compartilha suas memórias, desde os primeiros chutes na infância até a paixão eterna pelo Vila Nova.
Abel Santos, filho de Nelsino e Otília dos Santos, casado há 38 anos com Marisa Amaral dos Santos, pai de André e Patrícia, começou sua jornada no futebol com brincadeiras na rua e turmas escolares. “Comecei em casa, com brincadeiras. Depois, no colégio, formávamos as turminhas de futebol”, relembra Abel. Sua carreira no futebol de campo teve início no São Jacob, onde jogou com apenas 13 anos. "Era o segundinho do São Jacob, depois virou Inconfidência. Nós éramos o maior clássico da cidade", diz ele, mencionando o nascimento do Vila Nova, time que se formou a partir do segundinho do São Jacob.
Abel destaca a importância de figuras como Neco Guedes, um dos fundadores do Vila Nova. “Começou tudo na casa do Neco. Ele era onde se reunia a turma”, lembra. Nomes como Ivo Mota, Nelo e Ademir da Silva também são mencionados com carinho. “O ataque era eu, Adade na direita, Nelo como centroavante e eu de ponta esquerda. Tempo dos pontas, né?”, comenta com um sorriso saudoso.
Jogando em campos diversos pela região, Abel descreve a ligação com as comunidades locais e seu amor pelo esporte. “Fomos muito bem tratados por aquele povo. Muitas amizades foram feitas, e o que fica são essas lembranças e amizades”, afirma. Ele enfatiza a importância de apoiar os jovens atletas, destacando o papel das escolinhas e torneios. “A safra que está vindo é muito boa. Quem puder ajudar, colaborar para que esse pessoal se mantenha, é nota 10”, incentiva.
Sobre sua passagem por times como Grêmio, Juventude e 15 de Novembro, Abel compartilha momentos marcantes. No Grêmio, lembra de um gol olímpico na sua estreia contra a Associação Santa Bárbara. "Foi uma realização, um dos gols mais bonitos que fiz", celebra. Ele também fala sobre a dedicação e disciplina exigidas pelos técnicos rigorosos como Valdir Weber. “Ele me ensinou muita coisa, jogava para o time, centrava no que o técnico pedia”, afirma Abel, que reconhece a importância desses ensinamentos para seu desenvolvimento no futebol.
Atualmente, Abel reflete sobre o cenário do futebol amador e expressa o desejo de ver um ressurgimento das tradições esportivas na comunidade local. “Infelizmente, o número de times diminuiu. Antes, havia muita gente querendo jogar, hoje não tem mais isso”, lamenta. Ele acredita que a presença de jogadores locais fortalece o vínculo com a comunidade. "Se você tem um guri bom na família, o pai, a avó, a tia vão dar força. A família vai ao campo", argumenta, ressaltando a perda do interesse quando os times são compostos majoritariamente por jogadores de fora.
Apesar das dificuldades e mudanças no cenário do futebol amador, Abel Santos mantém viva a chama do esporte em sua vida. “Sempre pratiquei esporte e não quero parar. É o que me mantém bem hoje”, conclui com esperança e determinação. Abel Santos é um exemplo de paixão e dedicação ao futebol, inspirando novas gerações a seguir seus passos e manter vivo o legado esportivo de Ibirubá.