Destaque nos anos 1990 pelo faro de gol e habilidade no futsal e futebol amador de Ibirubá, Elieser de Oliveira Rosa contou sua trajetória no esporte, desde a infância em Cruz Alta até a construção de amizades que ultrapassam gerações.
Quem conviveu com o esporte ibirubense dos anos 80 e 90 certamente conhece o nome de Elieser de Oliveira Rosa. Nascido em Cruz Alta em 1975, mas criado em Ibirubá desde os seis anos, Elieser rapidamente se integrou à vida esportiva da cidade, onde se tornou referência pela habilidade e pelo faro de gol. "Quando cheguei aqui, nem asfalto na 223 havia ainda. Era estrada de chão. Tenho muito carinho por Ibirubá, porque foi aqui que a minha história realmente começou", contou.
A paixão pelo futebol de salão nasceu cedo. "O salão exige técnica, rapidez e habilidade. Foi onde aprendi tudo o que levei para a vida", relembrou. Ainda adolescente, Elieser destacava-se entre os colegas, sonhando em chegar ao time principal da ASIF — objetivo que conquistou com esforço e talento.
Além do futebol, Elieser também se destacou como líder, onde já desde jovem mostrava vocação para orientar e motivar os colegas. "Eu gostava de conversar, de puxar o grupo, e isso me ajudou muito mais tarde, quando virei treinador do time de veteranos", lembrou. A experiência como técnico foi um dos maiores desafios: "É diferente jogar e comandar. Como treinador, aprendi a respeitar ainda mais a diversidade de opiniões e a importância da união em torno de um objetivo."
Entre os momentos mais marcantes, Elieser reviveu uma virada histórica: "Entramos em quadra perdendo de 3 a 0 contra Santa Rosa. Eu entrei, fiz um gol, dei assistência para outro, e viramos para 5 a 3. Foi inesquecível!", vibrou. A memória ainda é viva, como se o jogo tivesse acontecido ontem.
Elieser também se aventurou no futebol de campo, defendendo o Vila Nova. A história do convite é recheada de humor. "O Neco me chamou para jogar, mas eu brinquei: só jogo por dois refrigerantes e dois cachorros-quentes. Fechamos o acordo e foi uma época maravilhosa", contou, entre risos. No Vila assumiu o papel de centroavante e foi artilheiro da equipe, mostrando que, mesmo sem a altura típica da posição, sobrava talento dentro de campo.
Outro capítulo importante foi escrito na Ferragens Cotribá, onde Elieser brilhou nos campeonatos. Comandado por Ademir Camargo, integrou um timaço que conquistou três títulos seguidos. "Era um time forte, cheio de amigos. Disputamos copas fora da cidade, enfrentamos times como a Cotriel de Espumoso. São memórias incríveis", destacou Elieser.
Mas o esporte não trouxe apenas troféus. Trouxe amigos para a vida toda. "Joel, Paulo Vogt, Serginho, Cristiano Spengler, tantos nomes. O futebol criou laços que permanecem até hoje", relatou. Elieser ainda recordou com emoção sua participação em um amistoso contra a Enxuta de Caxias do Sul, então referência nacional no futsal: "A força física dos jogadores profissionais era impressionante."
Ao falar sobre a importância do esporte na formação de caráter, Elieser foi direto: "O futebol ensina respeito, disciplina, convivência. Muito do que sou hoje, aprendi dentro de um vestiário, nas vitórias e nas derrotas." Para ele, o espírito coletivo moldou valores que leva para a vida pessoal e profissional.
Hoje, Elieser atua na área de vendas de veículos no Grupo Carazinho Veículos, com mais de 16 anos de experiência. Também dedica parte do seu tempo a ações sociais por meio da Igreja do Senhor Jesus. "Hoje, meus pilares são Deus, família e trabalho. Quero sempre contribuir positivamente para a sociedade", declarou.
Aos 49 anos, Elieser Rosa olha para trás com orgulho e gratidão. "Mais do que os títulos, o que fica são as amizades e os momentos que marcaram minha vida. E se eu tivesse que começar tudo de novo, começaria exatamente pelo esporte", finalizou, emocionado.
