02 de fevereiro, 2024 09h02m Aniversário Ibirubá por Redação Integrada Rádio Cidade de Ibirubá e Jornal O Alto Jacuí

Sucatas que juntas simbolizam a história de Ibirubá

O metalúrgico de 80 anos conta como com 64 kg de solda e muito ferro e metal moldou um casal que é a síntese de nossa essência

Entramos no mês de aniversário de Ibirubá e seus 69 anos. E durante esse mês de fevereiro vamos dedicar a contracapa do Jornal O Alto Jacuí para celebrar um pouco de nossa história. Nesta primeira reportagem trouxemos o relato de um dos protagonistas na construção das estátuas do nosso Monumento ao Imigrante.

Com 80 anos de vida, Danilo Panosso, metalúrgico nascido em Nova Prata, carrega consigo uma história rica e diversificada. Sua jornada teve início em Sede Nova, interior de Quinze de Novembro, onde se estabeleceu ainda na infância. A juventude foi marcada pelo trabalho árduo na roça, plantando fumo junto à sua família. Aos 22 anos, Panosso casou-se e mudou-se para Ibirubá, onde, na Pitangueira do Mato, iniciou sua carreira como soldador.
No decorrer da década de 1980, durante seu emprego na Prefeitura, Danilo Panosso recebeu um desafio que se tornaria parte fundamental de sua trajetória: a soldagem das sucatas nsa duas estátuas. Este monumento, também conhecido como Monumento ao Colonizador, foi erguido na Avenida General Osório com a Rua Mérito em 1985, na gestão de Olando Kanitz. A estrutura impressionante é composta por duas estátuas feitas de sucatas metálicas, representando um homem e uma mulher vestidos e equipados para o trabalho no campo, simbolizando os imigrantes que colonizaram a antiga Colônia General Osório, hoje Ibirubá.
O município de Ibirubá completava seus 30 anos e a escultura, composta por sucatas metálicas, é o resultado da colaboração entre o escultor Paulo Batista de Siqueira e o metalúrgico Danilo Panosso que à época funcionário da prefeitura recebeu a missão de soldar sucatas até dar forma e vida às ideias do artista e escultor Paulo Batista. 
A escultura, com mais de 2,5 metros de altura, tornou-se um marco não apenas em Ibirubá, mas em toda a região.
Em suas próprias palavras, Panosso relata: "Quando o artista plástico Paulo, de Passo Fundo, propôs a criação de um monumento em Ibirubá, iniciei o projeto. Utilizei discos de grade, rodas de carro, pára-choques e outras peças de sucata. Foi um processo desafiador, mas gratificante," Ele destaca a complexidade do processo, explicando cada escolha de material e compartilhando a satisfação ao ver a obra concluída.  
A cada olhar, o monumento conta a história daqueles que desbravaram fronteiras, celebrando o trabalho árduo e dedicado de indivíduos comuns, frequentemente esquecidos, que moldaram o destino de Ibirubá. A construção das estátuas envolveu uma meticulosa atenção aos detalhes em cada etapa do processo. 
O material usado
No que diz respeito ao peso e material, a estátua do homem apresenta uma imponência de aproximadamente 325 kg tendo sido usados 64 kg de eletrodo, equivalente a cerca de uma caixa e meia desses componentes. Já a estátua feminina incorporou discos de arado para a formação de peito e costas, além de uma saia elaborada com correntes feitas de aço inoxidável. Detalhes específicos, como a estrutura oca na parte superior da estátua feminina, a utilização de uma argola como base para a saia e a inserção estratégica de varetas, espaçadas cerca de 10 cm, para criar o efeito de saia, conferem uma singularidade artística à representação feminina. O toque final dessa obra  é o cacho de trigo, com peças provenientes de prensas industriais, conferindo um simbolismo adicional à estátua feminina. 

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