Pesquisa aprofundada por nossa reportagem mostra que o gasto com a despedida dos vereadores não eleitos foi três vezes maior que o apresentado na semana passada
Na última semana, nossa reportagem revelou que a viagem de oito vereadores de Ibirubá a Brasília havia custado R$ 33.279,92 aos cofres públicos, com diárias destinadas a agendas que levantaram questionamentos e foram a pauta da semana em toda a região. Agora, após uma análise mais aprofundada dos dados no Portal da Transparência, descobrimos que o valor total das despesas relacionadas a essas viagens ultrapassa R$ 97 mil, incluindo as passagens aéreas e as diárias.
O levantamento também identificou uma nova viagem realizada nesta semana por duas vereadoras, Jussara Rodrigues (PT) e Gesmari Jandrey (Progressistas). Ambas viajaram a Brasília entre os dias 2 e 5 de dezembro, repetindo visitas aos mesmos gabinetes frequentados por outros vereadores em novembro.
Novos dados: passagens aéreas e mais diárias
A principal descoberta foram os gastos adicionais com passagens aéreas, pagos antecipadamente, que somam R$ 57.845,57. Quando somados às diárias já divulgadas, os custos totais das viagens chegam a R$ 97.403,49. Na tabela, os detalhes revisados das despesas:
Nova viagem: Jussara e Gesmari seguem padrão anterior
Nesta semana, Jussara e Gesmari embarcaram para Brasília com as mesmas justificativas já apresentadas pelos vereadores que viajaram anteriormente. Ambas receberam R$ 3.639,99 em diárias e tiveram passagens custeadas no valor de R$ 4.558,15 cada, somando R$ 16.396,28 apenas para esta nova viagem.
As vereadoras visitaram os gabinetes dos deputados Pedro Westphalen, Covatti Filho, Any Ortiz e participaram de uma audiência no Senado Federal, repetindo os compromissos realizados por outros parlamentares em novembro. A justificativa oficial foi a “continuidade de alinhamentos para projetos municipais”. Contudo, a ausência de resultados práticos divulgados alimenta suspeitas sobre o real impacto das viagens.
O novo levantamento intensifica os questionamentos da população sobre o uso de recursos públicos pela Câmara de Ibirubá. A repetição de agendas e o alto custo acumulado geram insatisfação.
“É um absurdo. Pagamos quase R$ 100 mil para agendas que não trouxeram nada para Ibirubá. Pior, boa parte desses gastos foi feita por vereadores que nem estarão mais no próximo mandato”, criticou um comerciante local que preferiu não se identificar.
Dos 11 vereadores da Câmara de Vereadores de Ibirubá, apenas a presidente do Poder Legislativo, Patrícia Sandri (União Brasil) não viajou para Brasília no mês de novembro.