19 de janeiro, 2024 10h01m ibirubá por Cristiano Lopes

Comunidade de São Sebastião comemora neste domingo um século de história com mais de 800 almoços

Celebrando um século de história e resistência, a Comunidade Católica de São Sebastião, localizada em Ibirubá, comemora o centenário de sua fundação em uma grande festa neste domingo, 21 de Janeiro. Cada detalhe desta história será conhecido através

Comissão do Centenário
Comissão do Centenário

Nas palavras de Delino Iora, conhecido como Delo, descender da família Iora não é apenas uma conexão sanguínea, mas uma ligação profunda com a construção e evolução dessa comunidade ao longo dos anos. Colonizada em sua maioria por descendentes de imigrantes italianos, a comunidade foi fundada em 1924. A história da comunidade remonta a 1920, quando os bisavôs de Delo chegaram à região, vindos de Garibaldi, na Serra Gaúcha. O ponto de chegada foi a então Colônia General Osório. Delino destaca que a escolha do nome da comunidade foi um processo colaborativo, envolvendo membros da comunidade e resultando na designação de São Sebastião como padroeiro. A construção da identidade de São Sebastião foi impulsionada pelo empenho dos primeiros colonos, entre eles Cipriano de Souza, que, mesmo não sendo italiano, desempenhou um papel crucial na recepção e acomodação dos recém-chegados. Delo ressalta que a devoção de Cipriano ao São Sebastião influenciou a escolha do padroeiro da comunidade.
O relato de Delo também destaca a construção inicial da igreja e do salão comunitário. As primeiras construções foram erguidas com esforço conjunto da comunidade, refletindo não apenas a necessidade de um local de culto, mas também a importância de um espaço para encontros e eventos comunitários.
Ao longo dos 100 anos de história, São Sebastião testemunhou mudanças e transformações, mas a fé e a solidariedade sempre estiveram no centro de sua existência. Delino Iora compartilha que a comunidade se formou a partir da união de famílias como Rebelato, Benini, Souza, e outras, que contribuíram para a construção de um ambiente acolhedor e unido. Ele destaca a tradição de associação à comunidade, inicialmente vinculada ao casamento. Essa prática, ao longo do tempo, evoluiu, mas manteve sua relevância na vida dos moradores, marcando não apenas uma adesão formal, mas um compromisso ativo com o bem-estar da comunidade.Hoje a comunidade tem cerca de  79 famílias associadas e quase metade destes sócios já moram na cidade mas mesmo assim mantém a ligação com a comunidade através da sua associação. 
O início de tudo
A região, agora conhecida como São Sebastião, revelou-se propícia para a plantação de uvas, uma prática iniciada pelos migrantes italianos que encontraram terras férteis para o cultivo. O plantio de parreirais tornou-se uma prioridade, dado o apreço dos italianos pelo vinho, e as primeiras mudas foram buscadas em Boa Esperança, atualmente município de Colorado.
Rosani Weber Iora, a atual presidente da Comunidade de São Sebastião, compartilha sua experiência e destaca que, ao assumir o cargo no ano passado, tornou-se a primeira mulher presidente. Com 40 anos de dedicação à comunidade, Rosani ressalta a importância do trabalho conjunto em prol do bem comum.
Pioneiros e construtores
A convivência entre os primeiros migrantes e os residentes locais já estabelecidos foi moldada por figuras notáveis, cujos nomes ecoam como pilares fundamentais da história local. Personalidades como Cipriano de Souza, João Florêncio, Antônio Delfino, e outros, contribuíram significativamente para a formação da comunidade. A generosidade de Cipriano de Souza, em particular, se destacou, não apenas cultivando a terra, mas também auxiliando os migrantes recém-chegados a se estabelecerem na região.
Raízes na agricultura e agropecuária
Nos primeiros anos, a subsistência da comunidade tinha suas raízes na agricultura e agropecuária. O cultivo de milho, mandioca, feijão, batata-doce, e a criação de animais como porcos, galinhas, ovelhas e cabras, eram voltados principalmente para o consumo local. Esses produtos não eram destinados à comercialização, mas sim para alimentar as numerosas famílias que compunham a comunidade.
Devoção a São Sebastião
A origem do nome da comunidade remonta a um leilão entre os primeiros moradores, predominantemente católicos. Escolhendo entre quatro santos, São Sebastião foi o escolhido devido à sua reputação como um soldado honrado dedicado à defesa da religião católica. A imagem de São Sebastião, um presente de Cipriano de Souza, simboliza a devoção religiosa e a conexão histórica que moldaram a identidade da comunidade.Ela foi trazida de trem de Porto Alegre até Cruz Alta e de lá trazida de carroça até a comunidade.
Educação e cultura
A trajetória educacional de São Sebastião é marcada pela fundação da Escola Rui Barbosa em 1924, inicialmente mantida pelos pais dos alunos e posteriormente municipalizada. Além disso, a Escola Bom Princípio, fundada em 1952, reflete o comprometimento com a educação e o desenvolvimento da comunidade.
Esporte e lazer
O Esporte Clube "Águia Branca", fundado em 1956, tornou-se parte integrante da comunidade, participando ativamente de campeonatos municipais. O estádio José Salvador, doado por Genuíno Formentini e irmãos Alves de Souza, é um símbolo do comprometimento e paixão pelo esporte na comunidade.
Socialização e Cultura
A construção do primeiro pavilhão em 1956 e a fundação do Clube de Mães "Maria Dalla Nora" em 1969 destacam-se como marcos na promoção de eventos sociais e culturais. A Juventude Rumo ao Futuro, fundada em 1969, contribuiu significativamente para a vida social, esportiva e cultural da comunidade até o ano 2000.
Crescimento e infraestrutura
A implementação da rede elétrica em 1969 marcou um avanço significativo na infraestrutura da comunidade, proporcionando maior qualidade de vida aos seus habitantes. A inauguração da terceira capela em 1971, resultado do esforço conjunto liderado por Napoleão Rebelato e Padre Chico, reflete a dedicação da comunidade à vida religiosa.

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