28 de Julho, 2025 10h07mEsporte em Destaque por Jardel Schemmer- Repórter Rádio Cidade 104.9

Pilotos mirins aceleram no velocross com garra, talento e sonhos no topo do pódio

Com idades entre 7 e 12 anos, jovens da equipe Mini Roías destacam-se em campeonatos regionais e sonham com apoio

No interior do Rio Grande do Sul, uma equipe formada por crianças de Ibirubá está chamando atenção no cenário do velocross. Com coragem, disciplina e o apoio essencial das famílias, os pequenos da equipe Mini Roías já acumulam troféus, histórias e o desejo de crescer no esporte.

 

A redação do Jornal O Alto Jacuí, recebeu nesta semana a visita especial de quatro jovens pilotos que têm se destacado nas pistas de velocross da região. Mariana Eduarda Veiga Meciano Neukamp (12), Marlon  Eduardo Veiga Meciano Neukamp (9), Pedro  Henrique Ribas da Silveira (7) e Guilherme Pimentel Menezes (10) formam a equipe Mini Roías, um grupo que já soma medalhas, tombos, superações e muitos sonhos acelerando sobre duas rodas.
A mãe de Mariana e Marlon, Stella Veiga Meciano Neukamp, conta que a paixão pelo motociclismo começou no ano passado com Marlon e logo contagiou os demais. “A Mariana ganhou a moto no aniversário junto com o irmão. Antes, ela queria um quadro, mas a moto falou mais alto. Hoje eles correm juntos, treinam juntos e isso virou parte da nossa rotina”, disse.
Os treinos acontecem frequentemente em uma pista de motocross em Ibirubá. Mas como a modalidade da equipe é o velocross, sem rampas e com curvas fechadas, a pista atual não é a ideal. “Estamos tentando junto ao poder público viabilizar uma pista de velocross aqui. A de motocross é mais agressiva para as motos e não representa o formato das nossas competições”, explica Stella.
Apesar da pouca idade, os pequenos já entendem bem as exigências do esporte. “O velocross tem muita curva. A gente tem que saber frear na hora certa e acelerar de novo para não perder posição”, explica Guilherme. Já Pedro, o mais novo do grupo, revela com humor a tensão antes da corrida: “Eu fico nervoso, mas daí rezo, faço o treino, me solto e ando tranquilo”.
As quedas fazem parte do caminho. Mariana lembra da vez em que caiu ao tentar desviar de um piloto mais experiente. “Ele freou na minha frente e eu bati com o pneu no dele. Caí e perdi a posição. Mas isso ensina a prestar mais atenção”, conta. Marlon também lembra do tombo que lhe rendeu uma queimadura na perna: “Fui numa parte errada da pista e caí feio. Mas já voltei a correr”. Com motos que chegam a custar R$ 14 mil cada e manutenção frequente – inclusive com motores fundidos em poucos meses de uso – o velocross exige investimento. “Esse ano estamos atrás de patrocínio. Já tivemos alguns apoios, mas como são quatro competidores, os custos são altos. As motos, os equipamentos e as viagens exigem muito”, afirma Stella.
Além da dedicação dos pais e do comprometimento com os estudos – condição obrigatória para seguir nas pistas –, os jovens pilotos sonham alto. Marlon é direto: “Quero chegar em primeiro lugar. Aí o patrocínio vem”. Mariana complementa: “Se a gente mostrar que consegue, as pessoas vão acreditar mais e ajudar. Isso já alivia o custo pros pais”.
A equipe já correu em Tapera, Alto Alegre, Não-Me-Toque, Cruz Alta e Salto do Jacuí, acumulando troféus em várias categorias. Atualmente, Pedro ocupa o 3º lugar no ranking da Copa Thiago Louco. Mariana e Marlon aparecem em 5º e 6º lugares, respectivamente, e Guilherme também se mantém entre os primeiros colocados.
O grupo se organiza com ajuda dos pais, que transportam as motos em caminhonetes e acompanham de perto as competições. Em pista, podem até entrar para ajudar em caso de queda. “Dá medo, sim. Mas é muito orgulho ver eles crescendo com responsabilidade e paixão”, conclui Stella.
 

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