22 de outubro, 2022 15h10m Cruz Alta por Letícia Vargas

Fábio Dal-Soto reitor reeleito da Unicruz fala dos desafios da instituição em novo mandato

Fábio Dal-Soto reeleito como reitor tem mais de 20 anos na trajetória da educação. Ele é Doutor em Administração pela UNISINOS no ano de 2018, com período sanduíche na Lund University/Suécia. Possui Mestrado em Administração pela UNISINOS (2004) e MBA em Gestão de Instituições de Ensino Superior pela UCS (2013), com módulo internacional na Finlândia. Graduado em Administração com Ênfase em Análise de Sistemas de Informação pela URI (2000). Nos anos de 2008 a 2013 atuou como Pró-Reitor da instituição.

Fabio Dal-Soto encara desafio de mais uma gestão à frente da Unicruz
Fabio Dal-Soto encara desafio de mais uma gestão à frente da Unicruz

A Redação Integrada conversou com o Reitor sobre a atual situação da Universidade de Cruz Alta. Novidades, números e informações foram solicitados ao diretor principal da Instituição. “ É importante sempre nos oxigenarmos”, diz Fábio em relação à nova integrante do órgão executivo. O atual Pró-Reitor de Administração, professor José Carlos Libardoni, não pode se candidatar novamente, pois é candidato da Fundação Universidade de Cruz Alta e segundo o reitor, a professora Jaciara virá para agregar nos próximos anos. A Unicruz, Universidade de Cruz Alta, é uma Instituição Comunitária de Educação Superior, mantida e administrada pela Fundação Universidade de Cruz Alta. Atualmente ela possui 15 cursos de graduação, 3 corsos de mestrado e mais um em andamento para ser liberado no próximo ano, além de um curso de doutorado implementado e outro em aprovação. Conta com 1500 alunos na graduação, segundo o reitor, um número bom para a atual situação das instituições comunitárias. Por ser uma universidade comunitárias, a Unicruz depende da mensalidade dos alunos para poder sobreviver, todo dinheiro que entra é investido em educação, ou seja, não há fins lucrativos. Quanto mais alunos, maior será o rendimento dentro da Universidade, auxiliando direta e indiretamente a sociedade. Segundo o reitor, todas as Instituições Comunitárias vêm sofrendo bastante com a perda de alunos, desde o ano de 2016. “Se há redução no número de alunos, obviamente temos que ajustar alguns detalhes dentro da Instituição, tanto de professores, quanto do espaço”, relata o reitor Fábio e ainda complementa que representar um órgão que implementa e corre atrás de políticas para auxiliar no dia a dia de uma universidade não é uma tarefa fácil. A queda de alunos matriculados começa acontecer a partir do ano de 2017, praticamente 5 anos de caimento no número de alunos, sendo dois anos em tempos pandêmicos, “ 2020 e 2021 foram anos muito atípicos para todos nós, estou a quase 20 anos neste mundo educacional e nunca tinha vivido algo assim.”. Desde março deste ano a Unicruz está de volta às atividades normais, mas em tempos de pandemia tiveram que aprender a trabalhar remotamente e rapidamente foram se adaptando ao novo mundo. Mesmo com todo apoio e auxílio aos acadêmicos, muitos foram obrigados a desistir da faculdade, segundo o reitor: “alunos que perderam emprego, perderam renda, tiveram que reduzir o número de disciplinas, número de créditos ou até mesmo cancelar sua matricula. De fato foi um momento muito difícil na instituição!”. Mesmo com as aulas presenciais retomadas, a Unicruz, assim como as demais Universidade Comunitárias, passa por desafios para se manter apenas com o valor das mensalidades. Sendo assim, as Instituições tiveram que correr atrás de líderes políticos e empresariais, que são beneficiados pela Universidade, para tentar bolar planos que possibilitassem o alicerce das mesmas. 

Há quase 30 anos foi constituído o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas, mais conhecido como COMUNG, o qual é formado por 14 Instituições de Ensino espalhadas por todo estado do Rio Grande do Sul. Essas Instituições lutam e buscam o melhor para a comunidade das Universidades Comunitárias, a próxima iniciativa tem como objetivo mostrar um conjunto de propostas para o novo governo que iniciará no estado. Uma das sugestões é a destinação de 0,5% das receitas líquidas de impostos próprios do estado do Rio Grande do Sul para a educação superior comunitária, por meio de crédito educativo e bolsas de estudos. Na verdade, esta legislação já existe no o artigo 201 da Constituição Estadual do Rio Grande do Sul, mas é descumprida pelo Palácio Piratini. “O apoio que a gente busca é que o estado também olhe para essas instituições.” relata Fábio. O Reitor comenta que o seu desejo é que mais alunos possam ter bolsas de estudos para que os mesmos tenham acesso às Universidades, e que estes profissionais depois de formados possam contribuir com a região. Além da formação de profissionais, as intuições que constituem o COMUNG buscam de diversas formas ajudar a sociedade com a sua estrutura. A Unicruz é um exemplo, em tempos de pandemia fabricou máscaras, álcool em gel e testes para que a comunidade. Outra política criada e que está sendo conquistada pelo COMUNG é o PIC, tendo como inspiração o estado de Santa Catarina. PIC é a Plataforma de Inovações das Instituições Comunitárias criada para desenvolvimento de diagnósticos, que levantarão os potenciais de inovação disponíveis nas Instituições Comunitárias de Ensino Superior, “Nós estamos unindo todas as nossas potencialidades em termos de pesquisa e inovação em uma plataforma única do estado.” comenta o Reitor. A plataforma irá conter todas as potencialidades das Universidades e se caso alguém precise deste serviço, ele estará disponível para todos. As instituições ainda estão alimentando a plataforma, cadastrando as competências a serem disponibilizadas a todos. O trabalho da Unicruz é promover o conhecimento para além da sala de aula e colocar a ciência a serviço da sociedade. Durante esses três anos de mandato, professor Fábio trabalhou em prol para que isto acontecesse e fará o mesmo durante seu próximo mandato com o auxílio de seus colegas de chapa.

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