04 de Julho, 2023 18h07mPolícia Ibirubá

Polícia Civil de Ibirubá investiga gravação de imagens por câmera escondida em banheiro

Vídeo que mostra a ação do suspeito de gravar imagens no banheiro está em posse da Polícia Civil

Um homem entra em um banheiro, coloca uma câmera em uma lixeira, faz suas necessidades urinárias e confere o enquadramento do dispositivo oculto antes de deixar o local. Logo depois, uma mulher entra no banheiro e percebe a câmera escondida. Ela recolhe a câmera e leva para fora do banheiro. Assim termina o vídeo, e começa uma angústia e um pesadelo para inúmeras mulheres de Ibirubá. Pelo menos, esse é o cenário que se caracteriza se confirmarem todas as informações compartilhadas massivamente em grupos de WhatsApp desde a segunda-feira (26/06), e que estão em posse da Polícia Civil.

Segundo relatos e postagens nas redes sociais e aplicativos de mensagens, um empresário teria como prática esconder câmeras em lugares como banheiros, com o intuito de gravar as pessoas que utilizavam os locais. O agravante da história é que as pessoas nem imaginavam que estavam sendo filmadas. Esse tipo de situação, em que o corpo da pessoa é registrado em fotos ou vídeos por um homem em um espaço público, configura-se como uma violência de gênero conhecida como "upskirting" (fotografar por baixo da saia).

É comum que essas capturas sejam divulgadas gratuitamente ou comercializadas na internet. Longe de ser uma prática nova, essa violação normalmente ocorre após os agressores monitorarem suas vítimas, aguardando uma oportunidade em que elas estejam expostas. Infelizmente, devido aos avanços tecnológicos, com câmeras cada vez menores, muitas pessoas nem percebem que foram vítimas dessa situação.

A pessoa que denunciou a situação, e que teve a postagem replicada em vários outros grupos de mensagens, afirmou que o vídeo circulando não seria o único, e que o empresário costumava realizar gravações em festas e eventos particulares. "Não foi só nesse banheiro que ele colocou câmeras, ele tem mais vídeos de locais onde ele colocava câmeras”, denuncia a mulher.

O delegado Márcio Marodin, da Delegacia de Polícia de Ibirubá, confirmou para a reportagem da Rádio Cidade FM que a Polícia Civil já possui os materiais que circularam e que os mesmos foram encaminhados para a perícia no Instituto Geral de Perícias (IGP). Essa análise costuma demorar um pouco, mas independente disso, já existe uma investigação em curso e está sob segredo de justiça.

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A Polícia Civil, no entanto, não informou se o suspeito foi ouvido, quais as vítimas prestaram depoimento e se outros vídeos relacionados ao caso foram encontrados.

Marodin afirmou que todas as informações compartilhadas podem gerar investigações tanto para quem gravou quanto para quem compartilhou os conteúdos.

Para as mulheres que tomam conhecimento desse tipo de conduta, é comum sentir vergonha, culpa, angústia, dor e sensação de impotência, mesmo não sendo responsáveis pelo ocorrido. Essa é a cobrança que tem sido feita em diversas redes sociais depois que o vídeo circulou em Ibirubá. No entanto, sem dados e investigações que indiquem a incidência dessa prática na região, fica difícil ter uma compreensão real sobre a frequência com que esses casos ocorreram, quais os locais e quantas pessoas foram vítimas, a fim de que os culpados, tanto pela gravação quanto pelo compartilhamento, sejam punidos.

Essa situação é horrível para as mulheres, e a lei que pune esse tipo de crime é quase inexistente. Casos como esse, que estão sendo investigados em Ibirubá, podem ser enquadrados na Lei de Importunação Sexual (nº 13.718/18), o que gera uma pena pífia perto do trauma que pode causar às pessoas expostas. A pena máxima é de 1 a 5 anos quando há denúncia por parte das vítimas, segundo o Art. 218-C. Dependendo do caso, é possível que ele se enquadre em outras tipificações.

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