09 de Maio, 2025 09h05mEspecial dia das mães por Jardel Schemmer- Repórter Rádio Cidade 104.9

Ser mãe aos 16 à ensinou a lutar, amar e crescer: Conheça a história de Tainara e Brenda

Tainara Giacomolli encarou a maternidade e descobriu sua força ao lado da filha Brenda e da mãe Maristela.

Quando segurou pela primeira vez a filha nos braços, Tainara Giacomolli soube que ali não era apenas um nascimento. Era também o dela. Tinha apenas 16 anos, o corpo ainda adolescente, o coração acelerado de medo, mas foi naquele instante — com Brenda aninhada em seu colo — que o mundo fez sentido. “Foi como se eu renascesse como pessoa. Tudo mudou. O maior presente da minha vida nasceu ali”, conta emocionada.
A descoberta da gravidez foi um capítulo que nenhuma adolescente sonha escrever. A confirmação veio após um teste rápido, feito com sua mãe, Maristela, ao lado. O resultado positivo caiu como um silêncio cheio de significados. “Na hora, a ficha não caiu. Horas depois, um turbilhão me invadiu: medo, insegurança, um choque de realidade. Tudo mudaria”, relembra.
Contar para a família foi um ato de coragem. Ela sabia que seria recebida com amor, mas também com preocupação. “Foi um momento de medo e felicidade ao mesmo tempo. Minha família sempre foi unida, mas anunciar uma gravidez na adolescência não é fácil. Ainda assim, a maioria me acolheu de forma única, e eu jamais esquecerei esse apoio”, destaca.
Havia peso nos ombros de uma menina que aprendia a andar com passos de mulher. “Nunca sofri preconceito direto, mas os comentários maldosos existiram. E eu escolhi ignorar. Eu sabia que ser mãe jovem não me tornava menos capaz. Só me fazia amadurecer mais cedo”, comenta.
Durante a gestação, o medo morava ao lado. Medo de não saber cuidar, de não dar conta, de perder momentos da adolescência que restavam. Mas também havia esperança. “Ao meu redor, tinha mulheres fortes, exemplos de mães que me mostraram, com o exemplo, que eu também conseguiria”, reconhece.
Brenda nasceu em meio a tudo isso — dor, amor, dúvidas e uma coragem que ela nem sabia que tinha. O parto foi o divisor de águas. “Jamais esquecerei aquele momento. Era o amor mais sincero nascendo comigo. Tudo fez sentido. Eu não era mais só a Tainara. Eu era mãe”, diz, com brilho nos olhos.
Antes disso, a vida já tinha lhe dado uma prova amarga: a perda do pai. “Nossa família já estava tentando se reorganizar. Depois da gravidez, mais uma reviravolta. Morávamos no interior. Eu estudava, precisei adaptar toda a rotina. Mudamos para a cidade. Minha mãe, Maristela, virou uma leoa. E o pai da Brenda também esteve presente, fazendo o possível”, relata.
Conciliar estudos e maternidade parecia impossível — mas ela fez. “Minha filha virou minha maior motivação. Segui grávida até o fim do ano letivo, com a barriga enorme. Depois do nascimento, continuei com provas e trabalhos em casa, e voltei presencialmente assim que possível. A escola e os colegas me acolheram”, lembra com gratidão.
Houve noites de choro, dias de exaustão e medo. “Tive muitas dúvidas. Mas também tive força. A gente encontra forças onde nem imaginava que existiam. E cada pequeno avanço me mostrava que sim, eu era capaz”, reflete.
A maternidade a transformou por completo. “Antes, eu pensava só em mim. Depois que a Brenda nasceu, tudo mudou. Me tornei mais responsável, mais forte, mais consciente. A maternidade me fez crescer. Hoje, tenho orgulho da mulher que me tornei — e principalmente da mãe que sou para ela”, afirma com convicção.
Hoje, com 29 anos, Tainara vê a filha já com 12 — e a relação das duas é construída sobre diálogo, afeto e parceria. “Crescemos juntas. Sou mãe e sou amiga. A gente se entende, se escuta, briga também, claro. Mas acima de tudo, somos parceiras para tudo”, diz.
Brenda, segundo a mãe, é carinhosa, cheia de personalidade, madura e doce. “Tem um coração enorme. E me surpreende todos os dias com sua sensibilidade e força”, elogia com orgulho.
Ao olhar para trás, Tainara falaria com carinho à menina de 16 anos que viu o mundo virar do avesso: “Calma. Vai ser difícil, mas você vai dar conta. Vai crescer, vai errar, vai aprender. E vai construir algo lindo com sua filha. Um dia, você vai ter orgulho da mãe que se tornou”, declara.
Para outras meninas que hoje vivem a mesma jornada, ela deixa um recado que não vem dos livros, mas da vida: “Você não está sozinha. Ser mãe jovem não te diminui. Só mostra o quão forte você é. Vai ter dias difíceis, sim. Mas vai ter amor, sorrisos e uma força que você nem sabia que tinha. Você é incrível — exatamente do jeitinho que é”, conclui com o coração cheio de certeza.

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