
Entrevista especial com a terapeuta Luíza Comin aborda o vitimismo, o viver no presente e a importância de acolher a própria história
Vivemos em um tempo em que as mulheres desempenham múltiplos papéis, mas muitas vezes se veem sobrecarregadas emocionalmente, sentindo-se culpadas por não darem conta de tudo. Em uma entrevista especial, a terapeuta Luíza Comin, mentora em cura energética e diretora da Vila Casulo – Spa da Vida, localizada no interior de Espumoso, compartilhou reflexões profundas sobre os desafios enfrentados diariamente por tantas mulheres, propondo um olhar de reconexão com a essência.
“Sou alguém que veio para ser auxílio, e tenho vivido isso todos os dias da minha vida”, afirmou Luíza logo no início da conversa, ressaltando que seu trabalho é uma missão voltada ao despertar da consciência e à cura emocional. Segundo ela, muitos dos desequilíbrios emocionais têm origem em um erro comum: buscar a solução para os problemas no mundo exterior. “Procuramos lá fora os culpados, a realização, a felicidade. Mas tudo isso só pode nascer dentro de nós. Primeiro criamos internamente, depois o externo reflete essa transformação.”
Para a terapeuta, um dos maiores entraves que impedem as mulheres de viverem plenamente é o vitimismo. “É o lugar mais limitante onde alguém pode estar. Não interessa o que você viveu ou está vivendo, sempre há uma forma de sair disso, mas depende de você. Depende da sua decisão de sair desse quarto sem janelas e derrubar as paredes construídas pelo medo, pela dor, pela crença da incapacidade.”
A entrevista também abordou as consequências da negação do presente. “Muitas vivem presas no passado, remoendo dores e frustrações, ou ansiosas com um futuro que ainda não chegou. Mas a vida não acontece nem lá atrás, nem lá na frente. Ela acontece agora. E viver é muito diferente de apenas sobreviver. Sobreviver é deixar-se levar, viver é construir, assumir a própria vida nas mãos.”
Luíza explicou que acolher as próprias sombras é essencial para acessar a força interior. “Todos temos falhas, frustrações e traumas. Mas não é colocando a sujeira debaixo do tapete que resolvemos. Quando tomamos consciência, deixamos de carregar o peso e passamos a viver com mais leveza. A luz e a sombra fazem parte da mesma pessoa.”
Outro ponto importante levantado na conversa foi o papel das heranças emocionais da família, especialmente no relacionamento com os pais. “Enquanto eu não acolho meu pai e minha mãe como são, eu bloqueio minha prosperidade e abundância. Eles nos deram a vida, e isso já é suficiente. A partir disso, a responsabilidade é nossa.”
Segundo Luíza, a verdadeira cura vem quando deixamos de esperar que os outros nos salvem. “Você pode oferecer o copo d’água, mas quem tem que beber é a outra pessoa. Essa é a diferença entre ajudar e carregar o fardo do outro. Quando você assume o que não é seu, sobrecarrega a si mesmo e impede o outro de crescer.”
Ao final, a terapeuta deixou uma mensagem de força e consciência: “Confiem na vida e em si mesmas. Cada uma tem dentro de si tudo o que precisa para viver com plenitude. Não coloquem mais desculpas nos outros. Peguem a vida nas mãos e façam por si.”